"Temos a capacidade financeira e, por isso, podemos evitar precipitarmo-nos numa transação. O plano é continuar com os nossos atuais 80%, diminuindo ao máximo o risco que temos em mãos", afirmou Filipe Silva durante uma conferência telefónica ('conference call') com analistas sobre os resultados da petrolífera nos primeiros nove meses do ano.
Segundo referiu, a Galp tem "mantido negociações" com potenciais parceiros e possui "uma 'shortlist' de 'players' "muitíssimo credíveis que estão interessados na Namíbia".
Contudo, enfatizou: "A altura certa para fazer uma parceria não será certamente antes de terminarmos, pelo menos, os próximos dois da campanha de quatro poços que planeámos. Por isso, esperaremos provavelmente até ao final de 2025, também para aprendermos com o que outros 'players' à nossa volta vão encontrar".
Isto porque, segundo Filipe Silva, alguns dos potenciais parceiros "também estão, eles próprios, a escavar na região".
"São tempos muito excitantes, com muita informação, e esta ainda não é a altura para nos comprometermos com alguém", afirmou.
Em causa está a venda pela Galp de metade (40%) da participação de 80% que detém no consórcio de exploração de petróleo no complexo de Mopane, em parceria com a empresa estatal namibiana Namcor e a Custos Energy (cada uma com uma posição de 10%), tendo Filipe Silva já reconhecido que a atual posição "está além da capacidade financeira" da empresa.
O CEO da petrolífera referiu que a empresa está neste momento a escavar o terceiro poço na Namíbia -- que "será para manter"- a cerca de 10 quilómetros dos dois outros já existentes, estando a perfuração de um quarto poço prevista para o verão de 2025, quando estiver já processada toda a informação recolhida pela análise sísmica de alta resolução de todo o complexo.
Seguir-se-ão um quinto e sexto poços, "cuja localização ainda será decidida, dependendo da avaliação que nessa altura for feita dos reservatórios", avançou.
"Continuamos muito decididos em manter a posição de 80% na Namíbia, pelo menos até termos os resultados sobre os dois próximos poços. Nos próximos meses teremos acesso a informação muito valiosa. Por isso, preveem-se tempos muito entusiasmantes para a Galp e para a Namíbia", reiterou Filipe Silva.
Relativamente ao investimento envolvido no projeto, o CEO prevê que o custo de 75 milhões de euros por cada poço perfurado terá tendência a baixar: "Na Namíbia, o 'capex' e os nossos custos por poço estão a descer. Conhecemos melhor o local, há muito mais competição entre fornecedores de serviços e temos um maior conhecimento da geologia, por isso o custo do investimento está a descer muito rapidamente", explicou.
O facto de o quarto poço a escavar se localizar numa zona mais a sudeste da atualmente em exploração deverá, segundo referiu, "desencadear outros poços na região, num desenvolvimento separado".
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