"Hoje o Governo apresentou-nos uma proposta nova, melhorando um poucochinho", afirmou o secretário-geral da Federação dos Sindicatos da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (Fesap), José Abraão, à saída da reunião suplementar com a secretária de Estado da Administração Pública, Marisa Garrido, em Lisboa.
Segundo José Abraão, o Governo mantém a proposta de um aumento de, pelo menos, 55,26 euros (o equivalente a um nível remuneratório da Tabela Remuneratória Única) para vencimentos brutos mensais de até 2.620,23 euros em 2025, mas sobe de 2,10% para 2,15% para ordenadores superiores.
De notar, que neste último caso não cobre a inflação prevista pelo Governo para o próximo ano (2,3%).
"Dissemos que ficava aquém do que era expectável e abaixo da inflação prevista", assinala o secretário-geral da Fesap, mas sublinhando que no próximo ano "há milhares de trabalhadores que vão mudar com o acelerador de seis pontos" e que com as novas regras do SIADAP "os trabalhadores vão progredir com oito pontos, ou seja, mais rápido".
"Associado aos aumentos salariais significa uma evolução significativa para muitos trabalhadores", acrescenta o líder da Fesap, indicando que estes "vão ter aumentos de 150, 100 euros já em 2025".
Para 2026, o Governo também mexeu na proposta, mantendo o aumento mínimo de 55,27 euros até à posição 39 da tabela remuneratória única, mas também subindo de 2,10% para 2,15% para ordenadores superiores.
Já para 2027, o Governo propõe agora um aumento de 60,52 euros ou um mínimo de 2,3% (antes a proposta previa aumentos de 57,89 euros ou um mínimo de 2,2%). Estes valores são iguais aos apresentados pelo Governo para 2028 na anterior reunião e que se mantêm.
No que respeita às outras reivindicações da Fesap, nomeadamente sobre um eventual aumento do subsídio de alimentação, o Governo continua a afastar essa hipótese, mas nas ajudas de custo "propõe um aumento de 5% depois de 10 anos de congelamento".
Também no que concerne às carreiras não revistas, houve uma "aproximação" do lado do executivo, de modo a que estas possam ser revistas em "2025, 2026", isto é, num calendário mais apertado.
A Fesap continua a referir que a proposta do Governo fica "aquém das expectativas", mas vai reunir o secretariado nacional da parte da tarde, para "avaliar" uma eventual possibilidade de acordo.
"Sempre dissemos aos sindicatos como aos trabalhadores que representamos que é preferível um acordo que nos dê garantias de estabilidade em respeito ao futuro, do que deixarmos as coisas por aí sem saber com o que podemos contar", rematou.
Esta é a ronda de reuniões suplementares, depois de os três sindicatos da Administração Pública não terem chegado a acordo com o Governo na reunião da passada terça-feira, no âmbito do processo negocial sobre a atualização geral dos salários dos funcionários públicos do próximo ano.
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