De acordo com os dados do Insight View, uma ferramenta da Iberinform, o setor da fabricação de jogos e brinquedos tem registado "um crescimento significativo na faturação" nos últimos anos, tendo o volume de negócios da meia centena de empresas que o constituem aumentado 44% entre 2022 e 2023, de 21,756 milhões para 31,279 milhões de euros.
Contudo, destaca o relatório, "uma em cada três empresas [31%] enfrenta um risco elevado de não cumprir as suas obrigações financeiras".
Segundo a Iberinform, uma filial da Crédito y Caución, em 2023, a nível de tesouraria verificou-se no setor uma redução nos prazos médios de pagamentos a fornecedores, de 61 para 51 dias. Em contrapartida, os prazos médios de recebimento de clientes aumentaram de 59 para 67 dias.
"Estes indicadores sugerem uma gestão de tesouraria mais eficiente no cumprimento com fornecedores, mas um maior tempo de espera para o recebimento de receitas", nota a Iberinform, alertando que "esta discrepância pode criar desafios no fluxo de caixa, especialmente para micro e pequenas empresas, que têm menor capacidade de absorver atrasos nos pagamentos".
Os dados hoje divulgados indicam que as empresas fabricantes de jogos e brinquedos estão maioritariamente localizadas nos principais centros urbanos: Lisboa concentra 34%, seguida pelo Porto (28%), Aveiro (12%), Coimbra (4%) e Guarda (4%).
Os restantes concelhos totalizam 18% das empresas do setor, evidenciando uma "elevada dispersão em todo o país".
Apesar da reduzida dimensão do setor, com apenas cerca de 50 empresas a operar em Portugal, a Iberinform destaca que este revela "uma dinâmica empresarial significativa, com 30% das empresas criadas nos últimos cinco anos e 14% constituídas apenas no último ano".
Segundo refere, estes dados "refletem as baixas barreiras à entrada e o interesse crescente no mercado".
A maioria dos fabricantes do setor são microempresas (80%) e pequenas empresas (15%), que, em conjunto, representam 95% do setor. Apenas 5% das empresas são de média dimensão.
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