O primeiro-ministro, Luís Montenegro, falou sobre as previsões do Banco de Portugal (BdP) conhecidas esta sexta-feira, e nas quais é estimado que o país vai regressar a uma situação deficitária em 2025, com um défice de 0,1% do PIB, o que contraria projeções do Governo de um excedente orçamental.
"São previsões. Em qualquer caso, aparecem um bocadinho em contramão, visto que não há mais nenhuma entidade que acompanhe o pessimismo que o senhor governador do Banco de Portugal expressou do ponto de vista da 'performance' orçamental para o próximo ano", começou pro considerar.
Em declarações aos jornalistas no Porto, Montenegro sublinhou que a posição do Executivo é a de manter "firmeza e confiança" no cumprimento do objetivo que foi estabelecido, nomeadamente, em ter um 'superavit' já em 2025.
"Creio que a situação está absolutamente controlada e há perspetivas de podermos ter um crescimento económico e um exercício orçamental, nomeadamente, do lado da despesa, que desembocarão num resultado orçamental diferente", defendeu.
O que posso dizer aos portugueses é que não há nenhum motivo para alarme
Lembrando que o governador do BdP, Mário Centeno, disse que "tudo dependeria da execução", Montenegro reforçou que o Governo tinha uma visão "mais otimista". "O Governo irá acompanhar a execução orçamental e, ao longo do ano, se for necessário fazer um acerto para cumprirmos o objetivo, fá-lo-emos", garantiu.
Rejeitando estar a desvalorizar as previsões em causa ou que o BdP esteja a "fazer mal as contas", o chefe de Governo reforçou que esta é uma opinião contrária a outras já existentes: "Todas as entidades internas e externas têm uma visão diferente da do Banco de Portugal. O tira-teimas será no 31 de dezembro de 2025".
"O Banco de Portugal aparece neste momento em contramão em relação às previsões. O que posso dizer aos portugueses é que não há nenhum motivo para alarme", avisou.
As previsões foram reveladas no Boletim Económico de dezembro e detalhavam que as projeções orçamentais apontam para o regresso a uma situação deficitária, embora o rácio da dívida pública mantenha uma trajetória descendente, atingindo 81,3% do PIB em 2027.
[Notícia atualizada às 18h21]
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