Segundo o dirigente sindical, o acordo com a administração da Atlânticoline foi alcançado em sede de conciliação, na passada sexta-feira.
Clarimundo Batista refere que foi "alcançada a paz social", uma vez que se "chegou a acordo em matérias que eram divergentes", sem especificar quais.
"As partes encontraram-se no sentido de ultrapassar as dificuldades", disse o sindicalista.
O sindicato que representa os trabalhadores da transportadora Atlânticoline, que opera ligações marítimas nos Açores, tinha convocado uma greve de 07 de janeiro a 07 de fevereiro, por violação de acordo.
A 21 de dezembro de 2024, o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Marinha Mercante, Agências de Viagens, Transitários e Pescas disse à Lusa que a administração da operadora de transporte marítimo dos Açores "furou o que estava estabelecido em sede de conciliação" na sequência do acordo alcançado entre ambas as partes.
O responsável do sindicato nos Açores afirmava que a empresa "partiu para a negociação individual sem conhecimento do sindicato", convocando para 09 de dezembro, "por via telemóvel, uma reunião para 12 de dezembro", pretendendo-se "comprar horas de trabalho, sendo que o Código de Trabalho já estabelece 200 horas".
"Nunca nos entendemos sobre esta matéria, e como não nos entendemos, o que está estabelecido são 200 horas de trabalho. Eles queriam comprar mais 270 horas, para ficar 470 horas por 304 euros. Isto não é admissível", referiu o sindicalista, na altura, salvaguardando que "ainda há pouco tempo esta cláusula valia três mil euros".
A Atlânticoline assegura, entre outras rotas, as ligações entre as denominadas ilhas do Triângulo (Faial, Pico e São Jorge). Transporta anualmente quase meio milhão de passageiros e cerca de 30 mil viaturas, sobretudo entre as ilhas do Triângulo, onde opera todo o ano, com recurso a quatro unidades - dois navios e dois 'ferries'.
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