"O Governo já está a fazer a análise final e, nas próximas semanas, será apresentada uma estratégia global que passa pela digitalização, a Janela Única [Portuária], a integração, [por] infraestruturar investimentos que são necessários [e] nova legislação e, portanto, toda a visão que temos vindo a discutir com o setor", disse.
O ministro falava aos jornalistas à margem da inauguração de um novo centro de formação e treino focado na cibersegurança, no porto de Sines, no distrito de Setúbal, que vai permitir melhorar a resposta do setor portuário a ciberataques, num investimento de cinco milhões de euros.
Durante a cerimónia, Miguel Pinto Luz, defendeu que a criação deste centro, "pelo maior porto nacional", é um passo importante "para potenciar e empoderar" o setor portuário na área da cibersegurança.
"Dar os parabéns por o maior porto nacional, de alguma forma, abraçar esse problema, endereçou-o, juntou um consórcio com 35 parceiros, executou e agora, para um pequeno país com poucos recursos, faz aquilo que lhe é devido que é dar a conhecer, permitir o acesso para difundir conhecimento para potenciar e empoderar todo um setor", afirmou.
Para o governante, um porto que movimenta "50 milhões de toneladas/ano" e com uma "dimensão extrato esférica", quando comparado com outros portos nacionais, deve assumir "obrigações" que excedem "a dimensão territorial, regional e local" para "ter esta abrangência e contaminação positiva à escala nacional".
E reforçou a ideia de que este Governo deixou "de ter uma visão compartimentada do setor das infraestruturas" e que o setor portuário "é entendido numa lógica integrada de toda a cadeia infraestrutural do país".
"Temos a ambição de ter portos a competir com os grandes portos de Espanha e quem está à frente nessa caminhada é naturalmente o porto de Sines", garantiu.
O novo equipamento designado 'Port Cyber Arena' é o primeiro de um conjunto de 28 produtos e serviços que serão desenvolvidos no âmbito da Agenda Nexus, um consórcio de 35 entidades, liderado pela Administração dos Portos de Sines e do Algarve, com o objetivo de inovar o setor logístico e portuário.
O tema da cibersegurança tem sido "recorrente na administração pública, nas empresas, na logística, na indústria", afirmou o ministro, acrescentando que "o cenário geopolítico mundial também tem vindo a mudar", sendo "os portos essenciais para as cadeias de abastecimento e para a economia".
O porto de Sines "deixou este investimento disponível para que todo o setor portuário possa vir aqui ter formação, aprender, partilhar as boas práticas e é simbólico que o maior porto nacional tenha liderado esta agenda".
De acordo com a administração portuária, em comunicado, "esta nova valência tem como principal objetivo a promoção da realização de ações de formação, com vista ao incremento da capacidade de resposta em caso de ataques cibernéticos, bem como a habilitação das entidades formandas com os 'skills' necessários à antecipação de ataques".
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