Pinto Luz nega fim da paz social na TAP. "Não vacilará" na privatização

O ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, rejeitou hoje o fim da paz social na TAP, declarado pelo sindicato dos tripulantes de voo, e assegurou que o Governo "não vacilará" com a privatização da companhia.

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Lusa
17/02/2025 11:01 ‧ há 4 semanas por Lusa

Economia

TAP

Na quinta-feira, o sindicato que representa os tripulantes de voo da TAP (SNPVAC) revelou que foi surpreendido com a apresentação de uma nova tabela de ajudas de custos, que contempla a redução em vários destinos, e falou no fim da paz social.

 

"A companhia tem hoje paz social, apesar desse anúncio com pompa e circunstância", defendeu o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, que falava aos jornalistas à margem da conferência "Portugal 2030: Futuro Estratégico para o Setor da Construção", organizada pela AICCOPN - Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas, que decorre em Lisboa.

O governante lembrou que hoje a companhia aérea tem resultados positivos e garantiu que o Governo "está muito otimista e não vacilará na sua vontade de privatizar" a TAP.

"A seu tempo anunciaremos ao País", respondeu quando questionado se a privatização pode avançar já em março.

O SNPVAC assegurou, na altura, que, cumprindo o que está estipulado no Acordo de Empresa, reuniram com a gestão da companhia aérea para discutir os valores das ajudas.

No entanto, no decorrer da reunião foram informados pela companhia da existência de uma nova tabela baseada num estudo encomendado à Mercer, que contemplava uma redução em vários destinos e que a TAP pretendia implementar unilateralmente.

"De imediato, a direção do SNPVAC, consciente que essa decisão é da exclusiva responsabilidade da empresa, não deixou de refutar esse estudo, questionando o seu modelo, os pressupostos e inclusive a imparcialidade, acrescentando que qualquer alteração deveria contemplar um aumento das ajudas de custo para suportar a inflação, o aumento do custo de vida nos países de destino, bem como fazer face à desregulada taxa cambial em alguns países", lê-se num comunicado. Mas as contestações do SNPVAC não ficam por aqui, e podem mesmo partir para a esfera judicial.

Na visão do sindicato, "a empresa tem de entender de uma vez por todas que não é legisladora. Não pode estar acima da lei, nem discriminar pais que pretendem conciliar a sua vida familiar com a vida profissional".

Tendo em conta esta situação, a entidade sindical vai mais longe anunciando que, "de forma oficial e unilateral, a paz social na TAP acabou".

Recentemente o sindicato dos pilotos da Portugália decidiu avançar com um pré-aviso de greve a tempo parcial, de 12 a 27 de março, e entregar à administração da TAP uma proposta de alteração ao regulamento para a contratação externa.

Leia Também: Excedente da balança comercial externa sobe em 2024 na zona euro e UE

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