Banca internacional menos interessada em financiar armas nucleares

O número de instituições financeiras que investem em empresas envolvidas na produção de armas nucleares caiu 23% desde que o Tratado da ONU sobre a Proibição de Armas Nucleares entrou em vigor em 2021, de acordo com um relatório.

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© Reuters

Lusa
18/02/2025 06:27 ‧ há 4 dias por Lusa

Economia

Armas Nucleares

O estudo apresentado hoje, elaborado pela Campanha Internacional para Abolir as Armas Nucleares (ICAN, Prémio Nobel da Paz em 2017), indica ainda que os maiores acionistas das empresas dedicadas às armas nucleares são os gigantes de investimento norte-americanos Vanguard, Capital Group e Blackrock.

 

O relatório coloca também o Bank of America, o Citigroup e o JP Morgan Chase como os maiores credores do setor, noticiou a agência Efe.

O estudo cita 24 empresas envolvidas no fabrico de armas nucleares, sendo que as sete que mais lucram no setor são as norte-americanas Northrop Grumman, General Dynamics, Boeing, Lockheed Martin e RTX, a britânica BAE Systems e a italiana Leonardo.

Outras empresas conhecidas presentes no setor são a europeia Airbus, a indiana Bharat Dynamics, a norte-americana Honeywell International, a britânica Rolls Royce, as francesas Thales e Safran, e a chinesa Aerospace Science and Technology, a única empresa do gigante asiático na lista.

Em 2024, o número de bancos, fundos de pensões, companhias de seguros e outras instituições financeiras que investiram ou apoiaram fundos para as 24 empresas da lista aumentou para 260, em comparação com 338 em 2021.

"A tendência decrescente continuou apesar dos apelos dos líderes políticos e militares para que mais investidores invistam em empresas de armamento", explicou a ICAN, referindo que muitas instituições excluem rotineiramente as empresas da lista por razões éticas ou temem que investir nelas prejudique a sua reputação.

No total, foram investidos 270 mil milhões de dólares em empréstimos e injeções de capital entre 2022 e 2024, uma redução de 6,2 mil milhões de dólares (2,2%) em comparação com os números do relatório anterior do ICAN, que abrangeu o período de 2021 a 2023.

No entanto, foi detetado um aumento de 7,6% (36,7 mil milhões de dólares) no valor das ações e obrigações do setor financeiro de empresas envolvidas no desenvolvimento de armas atómicas, atingindo um total de 513,576 mil milhões de dólares.

Mais de dois terços deste valor (350,756 mil milhões de dólares) estão concentrados em dez empresas norte-americanas (nove americanas, lideradas pela Vanguard, e uma canadiana).

"Enquanto a maioria dos países e um número crescente de instituições financeiras se afastam das armas nucleares, 260 ainda estão a investir. Estão a beneficiar da modernização e, por vezes, da expansão de arsenais que ameaçam não só os Estados nucleares e os seus potenciais adversários, mas a própria existência da humanidade", salientou a autora do estudo, Alejandra Muñoz.

O Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares já foi adotado por quase 100 países, embora nenhum deles seja uma das nove potências que possuem este tipo de armas (Estados Unidos, Rússia, França, Reino Unido, China, Índia, Paquistão, Israel e Coreia do Norte).

De acordo com a ICAN, 131 investidores institucionais com ativos no total de 4 biliões (milhão de milhões) de dólares manifestaram o seu apoio ao tratado e à iniciativa ética da coligação de ONG de reduzir o investimento no setor das armas nucleares.

Leia Também: Coreia do Norte diz que armas nucleares não são "moeda de troca"

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