Economia moçambicana caiu quase 5% no último trimestre de 2024

A economia moçambicana caiu 4,87% no quarto trimestre de 2024, em termos homólogos, período marcado pela contestação pós-eleitoral no país, segundo dados do Governo a que a Lusa teve hoje acesso.

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Lusa
19/02/2025 12:20 ‧ há 3 dias por Lusa

Economia

Moçambique

"O Produto Interno Bruto a preços de mercado (PIBpm) apresentou uma variação negativa de 4,87% no quarto trimestre de 2024, quando comparado ao mesmo período do ano 2023, perfazendo um acumulado [no ano] de 1,85%", lê-se no relatório de execução orçamental relativo ao ano passado, do Ministério das Finanças.

 

O documento refere que o desempenho da atividade económica no quarto trimestre de 2024 "é atribuído, em primeiro lugar, ao setor secundário, com uma variação negativa de 8,87%, com maior destaque para o ramo da indústria manufatureira com variação de menos 11,14%", seguindo-se o ramo da eletricidade, gás e distribuição de água, que recuou 4,55%, enquanto a construção teve uma variação negativa de 4,09%.

Além dos impactos das alterações climáticas, com secas severas e ciclones a fustigarem o país, o documento admite igualmente "o impacto negativo das manifestações pós-eleitorais registados no último trimestre de 2024", as quais "afetaram as atividades económicas e sociais".

Moçambique vive desde as eleições gerais de 09 de outubro um clima de agitação social, agravada pelos anúncios dos resultados da votação, com manifestações, protestos nas ruas, barricadas, cortes de estrada, vandalização e destruição de equipamentos públicos e de empresas, saques e confrontos com a polícia que provocaram mais de 300 mortos.

O Governo moçambicano estimava que o PIB do país deveria crescer para 1,536 biliões de meticais (cerca de 23 mil milhões de euros) em 2024, o que corresponderia a um aumento, em termos percentuais, de 5,5%.

No terceiro trimestre de 2024 a economia moçambicana cresceu 3,68%, impulsionada pela indústria de extração mineira, segundo o relatório do Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre as contas nacionais, divulgado anteriormente pela Lusa.

De acordo com o documento, o Produto Interno Bruto a preços de mercado (PIBpm) apresentou no terceiro trimestre uma "variação positiva de 3,68%", quando comparado ao mesmo período do ano 2023, "perfazendo um acumulado de 3,80%" até final de setembro.

O governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, admitiu no final de janeiro que o primeiro trimestre deste ano está "quase perdido" em termos de crescimento económico, igualmente devido à agitação social pós-eleitoral que prevalece, antevendo crescimento modesto para 2025.

"Na nossa previsão, o primeiro trimestre seria (...) quase perdido, digamos, no sentido de que tivemos uma situação muito difícil", apontou Zandamela, acrescentando que "na melhor das hipóteses" Moçambique deve registar um "crescimento zero ou provavelmente negativo" até março.

"A partir do segundo trimestre, a nossa expectativa é que a economia comece a crescer e, no ano como um todo, é nossa previsão (...) um crescimento modesto", reconheceu o governador do banco central, embora sublinhando que o desempenho está dependente da implementação de reformas estruturais no país.

O governador falava após a reunião do Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique, que decidiu no final de janeiro nova descida da taxa de juro de política monetária MIMO, de 12,75%, em vigor desde final de novembro, para 12,25%, cortando igualmente nos coeficientes de reservas obrigatórias dos bancos, para impulsionar a economia.

Leia Também: Empresários moçambicanos alertam que falta de divisas ameaça companhias áreas

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