Segundo as minutas da reunião do Comité de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em Inglês) da Fed, em 28 e 29 de janeiro, divulgadas hoje, aqueles dirigentes apontaram as taxas alfandegárias e as deportações massivas de migrantes, pretendidas por Donald Trump, bem como a sustentação do consumo privado, são fatores que podem alimentar a inflação.
Os 19 dirigentes da Fed que participaram na reunião de política monetária indicaram que "querem ver mais progressos na inflação" antes fazerem mais reduções na taxa de juro.
Assim, mantiveram a taxa de juro de referência no intervalo entre 4,25% e 4,50%, depois de a terem cortado do máximo de duas décadas -- 5,3% - registado em 2024.
A pausa agora feita pela Fed torna menos provável o embaratecimento do custo do crédito para consumidores, incluindo imobiliário, automóvel e cartões, nos tempos mais próximos.
Na semana passada foi divulgado um crescimento homólogo do índice de preços no consumidor (IPC), de três por cento, em janeiro, que sugere que a situação está a piorar, o que leva muitos economistas a preverem apenas um, se algum, corte na taxa de juro este ano.
O IPC homólogo foi de três por cento em janeiro, depois de em setembro ter sido 2,4%, um mínimo de três anos e meio.
As minutas também citam um "alto grau de incerteza" envolvendo a economia, o que pode levar a Fed a ter "uma abordagem cautelosa" ao considerar qualquer mudança na sua taxa de referência.
Todos os presentes na reunião decidiram manter a taxa. Esta unanimidade segue-se a meses de desacordo crescente nos últimos meses entre os dirigentes que queriam mais cortes da racha e os que se manifestavam sobretudo preocupados com a inflação.
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