Em declarações à Lusa, o secretário-geral da CGTP critica o "percurso seguido" pelo executivo, nomeadamente no que toca à saúde, educação, segurança social, habitação ou serviços públicos, indicando que há "falta de resposta aos problemas essenciais dos trabalhadores e do povo".
Para a central sindical, tem existido uma "degradação contínua das condições de vida, de trabalho" e "de perspetiva de futuro com que os trabalhadores se deparam nos locais de trabalho", pelo que considera que a "instabilidade política" é causada pelo "rumo que tem sido seguido por este Governo e não apenas [...] relativamente aos posicionamentos do primeiro-ministro".
Em declarações à Lusa, Tiago Oliveira insiste que o país vive "um momento de retrocesso" nas condições de vida, pelo que diz que "é preciso uma política diferente", bem como "encontrar um caminho diferente para o país e para os trabalhadores".
"Não temos que ter medo nenhum relativamente ao futuro. Temos que ter, sim, sempre esperança num futuro melhor", acrescenta, sublinhando que é preciso "deixar o sistema democrático funcionar".
"Não temos que ter receios de eleições, é deixar o processo decorrer sempre na esperança de encontrarmos uma solução melhor para o povo, uma solução melhor para o país, porque, de facto, aquilo que está em curso é muito mau neste momento e nós temos que ter noção disso", defende.
O Presidente da República admitiu na quarta-feira eleições antecipadas em maio, no final de um dia em que o primeiro-ministro anunciou uma moção de confiança - hoje já aprovada em Conselho de Ministros - que tem chumbo prometido dos dois maiores partidos da oposição, PS e Chega, e que deverá ditar a queda do Governo na próxima semana.
O voto de confiança foi avançado por Luís Montenegro no arranque do debate da moção de censura do PCP, que foi rejeitada com a abstenção do PS na Assembleia da República, e em que voltou a garantir que "não foi avençado" nem violou dever de exclusividade com a empresa que tinha com a família, a Spinumviva.
Se a moção for rejeitada na quarta-feira no parlamento, Marcelo convocará de imediato os partidos ao Palácio de Belém "se possível para o dia seguinte e o Conselho de Estado "para dois dias depois", admitindo eleições entre 11 ou 18 de maio.
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