Numa intervenção na University College Cork, na Irlanda, Philip Lane sublinhou que o euro digital não consiste apenas em garantir que o sistema monetário europeu se adapta à era digital.
"À medida que a tecnologia e a economia evoluem, é necessário assegurar que mantemos a autonomia monetária necessária para preservar a estabilidade monetária em todas as circunstâncias", defendeu o membro do conselho do BCE.
O sistema monetário - e as moedas que o compõem - sofreu uma transformação substancial ao longo dos séculos, afirmou Lane, acrescentando que esta transformação continua atualmente.
"À medida que as sociedades se tornam cada vez mais digitais, os bancos centrais estão a explorar os benefícios da introdução de uma CBDC (central bank digital currency) para se alinharem com as necessidades dos consumidores e manterem o sistema monetário adequado à sua finalidade na era digital", disse.
Os argumentos a favor de uma CBDC são especialmente fortes numa união monetária, sobretudo no contexto de um sistema de pagamentos fragmentado e dependente do exterior, concluiu Lane, considerando que numa altura de incerteza e choques geopolíticos, o euro tem mantido a sua reputação de moeda forte e estável.
Mais de três quartos dos cidadãos da zona euro apoiam atualmente a moeda única - um recorde histórico, precisou Lane.