O chefe da diplomacia portuguesa convidou "mais empresas chinesas a investir e prosperar em Portugal" e indicou que Lisboa "está disposta a reforçar a cooperação com a China nos domínios da economia e do comércio, da energia, da saúde, das finanças, das infraestruturas e da transformação ecológica".
Rangel afirmou que Portugal e a China "têm uma longa história de interação" e que as relações entre os dois países "têm vindo a desenvolver-se bem", lê-se na nota difundida pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.
Pequim e Lisboa "deram um exemplo ao mundo" ao resolverem pacificamente a questão de Macau, acrescentou.
Citado no mesmo comunicado, Wang Yi destacou a "boa tradição de respeito e apoio mútuos" entre os dois países.
"Portugal é um dos países da União Europeia que recebe mais investimento chinês 'per capita'", disse o chefe da diplomacia chinesa, que apelou ao "alargamento da cooperação nos domínios do investimento em projetos, transformação ecológica, economia digital, inovação e investigação e desenvolvimento, informação e comunicação".
Wang destacou o papel que Macau pode desempenhar "como uma ponte para promover a relação entre os dois países para alcançar um maior desenvolvimento".
O diplomata chinês manifestou o seu "apoio à Europa na manutenção da sua autonomia estratégica" e a esperança "de que Portugal desempenhe um papel ativo" no "desenvolvimento saudável das relações entre a China e a Europa".
Os dois ministros "discutiram questões de interesse comum, como a 'crise' na Ucrânia", de acordo com o comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, que não deu mais pormenores.
A China tornou-se, na última década, o quarto maior investidor direto estrangeiro em Portugal. Empresas chinesas, estatais e privadas, detêm uma posição global avaliada em 11,2 mil milhões de euros na economia portuguesa, segundo o Banco de Portugal (BdP).
Os investimentos abrangem as áreas de energia, banca, seguros ou saúde.
Em 2018, os dois países assinaram um memorando de entendimento sobre a iniciativa "Faixa e Rota", um megaprojeto de infraestruturas lançado por Pequim que visa expandir a sua influência global através da construção de portos, linhas ferroviárias ou autoestradas.
Leia Também: Portugal "não se revê" em algumas das propostas da China para a guerra