Ministro diz que Alqueva é "projeto virtuoso que se paga a si próprio"

O ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, considerou hoje que o Alqueva, no Alentejo, é um projeto virtuoso que, entre outros benefícios, paga-se a si próprio e ainda dá "retorno económico" ao Estado.

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© Thierry Monasse/Getty Images

Lusa
25/03/2025 19:09 ‧ ontem por Lusa

Economia

Alqueva

"O investimento feito em projetos como o do Alqueva traz retorno económico. São projetos virtuosos, que se pagam a si próprios e que inclusivamente ajudam o Orçamento do Estado (OE)", afirmou o governante, em declarações aos jornalistas.

 

José Manuel Fernandes falava, na sede da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), em Beja, no final da apresentação de um estudo sobre o impacto económico do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva (EFMA).

Considerando que investimentos como o Alqueva "são essenciais", o ministro destacou que o projeto contribui para a competitividade, coesão territorial, indústria e abastecimento urbano e industrial de água.

"Mas há um ponto importante. É que dá de receita fiscal, por ano, 339 milhões de euros, ou seja, ajuda o OE, ajuda ao Estado social de Portugal", sublinhou, assumindo que, neste tipo de projetos, "o custo é não investir".

Questionado sobre se o projeto Alqueva falhou no desenvolvimento do turismo na região, José Manuel Fernandes discordou, argumentando que este setor só não aumentou "ao ritmo [a] que cresceu a agricultura".

Para o desenvolvimento do turismo, "é importante também ter outro tipo de investimentos, como as vias de ligação", defendeu, lembrando que o Governo aprovou recentemente a ligação da Autoestrada 26 (A26) a Beja.

Sobre o despovoamento da região, o governante defendeu que, apesar da existência do Alqueva, "a coesão territorial tem de ser elaborada e concretizada por várias políticas", como acessibilidades, serviços públicos, entre outras.

Já o ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, na sua intervenção antes da apresentação do estudo, realçou que o Alqueva "levou a um aumento do valor acrescentado bruto (VAB) da produtividade e do número de grandes empresas".

"Não basta ter investimento público, é preciso saber depois atrair investimento privado com estratégia", disse, evidenciando que o aumento do número de grandes empresas no território "é um dos fatores de transformação do Alqueva".

"Se há coisa que está estudado na economia portuguesa é que as grandes empresas têm muito mais produtividade que as pequenas", prosseguiu, acrescentando que "uma grande empresa em Portugal é três vezes mais produtiva que uma pequena".

Já o presidente da EDIA, José Pedro Salema, considerou aos jornalistas que o EFMA é "o catalisador da atividade económica da região" e "um investimento virtuoso porque teve efeitos multiplicativos na economia".

"O objetivo não é gerar dividendos para entregar ao Estado. É gerar desenvolvimento numa região e o que vimos com este estudo é que conseguimos concretizar a nossa missão, porque o retorno da economia, da coesão, do emprego foi conseguido", sublinhou.

Em relação ao turismo, o responsável argumentou que o desenvolvimento desta área foi "espetacular", assinalando a existência de unidades turísticas que são um exemplo a nível mundial.

"Aquele modelo que se imaginou, há uns anos, com milhares de camas, de facto, não se concretizou. Temos um turismo de pequena dimensão, mas de melhor qualidade e, porventura, muito mais sustentável também", concluiu.

De acordo com o estudo, o Alqueva já gerou receitas fiscais próximas dos três mil milhões de euros, o que ultrapassa os quase 2,5 mil milhões de investimento total público na infraestrutura.

Entre outras conclusões, o trabalho salienta que, entre 1995 e 2028, considerando as previsões de investimento, os resultados permitem apurar um contributo acumulado de 27 mil milhões de euros para a produção nacional, 12 mil milhões de euros de VAB, cinco mil milhões de euros em remunerações e 22.569 empregos.

Leia Também: Receitas fiscais geradas pelo Alqueva já superam investimento público

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