Liquidez dos bancos é suficiente, diz governador do Banco de Moçambique

O governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, afirmou hoje que a liquidez no sistema financeiro, nomeadamente em divisas, é suficiente, após a redução decidida em janeiro dos coeficientes, que não prevê repetir para já.

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Lusa
26/03/2025 16:15 ‧ há 5 dias por Lusa

Economia

Moçambique

"Neste momento nós estamos tranquilos com o nível de liquidez que existe no sistema, não há necessidade de tocar na liquidez estrutural, mexendo com as reservas obrigatórias. Vamos manter. Não é uma coisa que se brinca, com os coeficientes", disse o governador, questionado pelos jornalistas no final da reunião do Comité de Política Monetária (CPMO).

 

O CPMO decidiu em 27 de janeiro nova descida da taxa de juro de política monetária MIMO, de 12,75%, em vigor desde final de novembro, para 12,25%, cortando igualmente nos coeficientes de reservas obrigatórias em moeda nacional, de 39,0% para 29,0%, e em moeda estrangeira, de 39,50% para 29,50%, para dar "mais liquidez para apoiar a economia na reposição da capacidade produtiva e da oferta de bens e serviços".

Na reunião de hoje, o CPMO voltou a cortar na taxa de juro, agora para 11,75%, mas manteve os coeficientes obrigatórios inalterados, com Rogério Zandamela a justificar que a medida adotada na reunião anterior "libertou muita liquidez".

"Só para dar uma ideia da ordem, isso tudo junto, só em meticais, estamos a falar de pelo menos 55 mil milhões de meticais [798,2 milhões de euros], e quase 250 milhões [de dólares, 231,8 milhões de euros] em termos de moeda estrangeira, que foi libertada para o funcionamento normal da economia", apontou.

Face à falta de divisas no mercado interno os empresários moçambicanos insistiram nos últimos meses na necessidade de o banco central aliviar os coeficientes de reservas obrigatórias em moeda estrangeira.

A Lusa noticiou este mês que as reservas obrigatórias dos bancos moçambicanos atingiram em dezembro o máximo histórico de 307.847 milhões de meticais (4.441 milhões de euros), mais 15% num ano, segundo dados do banco central.

De acordo com dados de relatórios estatísticos do Banco de Moçambique - que entretanto aliviou as medidas restritivas em torno destas reservas -, o volume destes depósitos obrigatórios feitos pela banca bateu recordes mensais consecutivos no último ano e meio.

Em setembro de 2023, essas reservas obrigatórias ascendiam a 237.092 milhões de meticais (3.420 milhões de euros) e só entre novembro e dezembro de 2024 aumentaram mais de 9%.

As reservas obrigatórias dos bancos comerciais no banco central estavam fixadas pelo Banco de Moçambique no coeficiente de 10,5% em moeda nacional e 11% em moeda estrangeira no início de janeiro de 2023.

Contudo, nos primeiros seis meses de 2023, o banco central aumentou por duas vezes o coeficiente, para "absorver a liquidez excessiva no sistema bancário, com potencial de gerar uma pressão inflacionária".

O último desses aumentos aconteceu em junho de 2023, chegando então a 39% dos depósitos em moeda nacional e 39,5% no caso de moeda estrangeira a ficarem em reserva bancária.

Desde o final de dezembro de 2022, quando ascendiam a 62.144 milhões de meticais (896 milhões de euros), o volume das reservas bancárias à guarda do banco central já aumentou quase 400%.

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