Os efeitos das tarifas vão "infiltrar-se no mercado europeu de securitização, especialmente para setores e países com dependência económica em indústrias orientadas para exportação", considerou a Morningstar DBRS, numa nota de análise divulgada hoje.
As exportações mais fracas podem afetar o lucro das empresas ao reduzir as vendas, aumentar os custos e reduzir a procura dos consumidores, dificultando a capacidade das empresas de cumprir com suas obrigações de dívida.
O impacto inicial será mais forte nos setores mais expostos às limitações comerciais dos EUA, nomeadamente as empresas exportadoras, mas os efeitos podem acabar por se sentir de uma forma mais alargada, reduzindo a atividade económica.
"Se os efeitos das tarifas se intensificarem e/ou persistirem por um período mais longo ou se os países implementarem suas próprias tarifas recíprocas, o efeito retardado dessas mudanças resultará, sem dúvida, numa atividade económica mais lenta, 'stress' corporativo e aumento de 'defaults', o que pode afetar o mercado de crédito em geral", disse Mudasar Chaudhry, vice-presidente sénior e líder de pesquisa em finanças estruturadas europeias da Morningstar DBRS, citado em comunicado.
Apesar desta incerteza, a perspetiva de classificação de crédito para financiamento estruturado europeu permanece "em grande parte estável, devido ao bom desempenho até o momento e à proteção fornecida pela amortização e desalavancagem de estruturas de securitização, especialmente para títulos seniores".
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