Tarifas? AIP pede ao Governo mais apoios para as empresas

A Associação Industrial Portuguesa (AIP) pediu ao Governo mais apoios, a monitorização da concorrência internacional e mecanismos de maior flexibilidade laboral, como 'lay-off', para fazer face ao impacto das tarifas impostas pelos EUA.

Notícia

© Shutterstock

Lusa
08/04/2025 18:11 ‧ há 2 semanas por Lusa

Economia

AIP

Num documento enviado ao Ministério da Economia, a que a Lusa teve acesso, a AIP deu conta de várias recomendações de medidas ao Governo, começando pela monitorização do potencial redirecionamento "da produção destinada aos EUA para o mercado europeu por parte da China e de outros produtores afetados pelas tarifas, provocando um acréscimo significativo de concorrência, num mercado que absorve 80% das vendas ao exterior da produção nacional".

 

A associação quer negociar e estabelecer um acordo a nível da União Europeia que previna estas situações, apelando ainda ao Governo para que assuma "um papel ativo nas relações bilaterais lideradas pela Comissão Europeia, defendendo os interesses particulares das empresas portuguesas".

De acordo com a AIP, devem ainda ser implementados instrumentos de apoio ao investimento direto e tesouraria, passando por "um instrumento financeiro suportado por garantia pública para os investimentos diretos de empresas portuguesas nos EUA" pelo apoio à "tesouraria das empresas cuja produção foi afetada diretamente pelas medidas aduaneiras".

No que diz respeito ao emprego, a AIP pediu "mecanismos flexíveis de gestão laboral ('lay-off' total ou parcial) até se proceder ao reajustamento das relações comerciais" e um "programa de requalificação profissional, com particular realce para a área do comércio internacional".

Segundo a AIP devem ser ainda reforçados "os protocolos de seguros de crédito a empresas exportadoras para mercados alternativos ao mercado dos EUA" e criados "fundos de garantia às transações comerciais com mercados alternativos ao mercado dos EUA".

Para a associação devem também ser reprogramados os montantes alocados à agenda STEP, criada pela União Europeia para apoiar a indústria europeia e impulsionar o investimento em tecnologias críticas. "A reafetação de parte do montante agora reprogramado poderá ser uma solução de financiamento das medidas de apoio a implementar, propondo-se afetar um valor não inferior a 500 milhões de euros para as medidas agora propostas", indicou.

Já as empresas associadas da AIP, que responderam a um inquérito, consideram adotar (ou já adotaram) várias medidas, que passam pelo redirecionamento para novos mercados, "sobretudo os menos afetados pelas alterações tarifárias" e por uma "estratégia de reexportação aproveitando mercados beneficiados com tarifas mais baixas, assegurando as condições para a certificação de origem".

Segundo a associação, as sociedades apontaram o "ajustamento das margens de comercialização para mitigar o impacto das tarifas" e querem aproveitar "a diferença de tarifas entre a UE (20%) e a China (34%) para concorrer em determinados segmentos de mercado".

As empresas consideram ainda "reforçar a internacionalização investindo diretamente nos EUA", bem como "implementar processos de melhoria continua para reforçar a competitividade através de redução de custos" e "melhorar as capacidades internas de conhecimento do comércio internacional".

O Ministério da Economia vai reunir-se com associações empresariais de diversos setores entre hoje e quarta-feira para avaliar "o impacto e as medidas de mitigação" das tarifas que o Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou na quarta-feira, de 20% a produtos importados da União Europeia e que acrescem às de 25% sobre os setores automóvel, aço e alumínio.

As novas tarifas de Trump são, segundo o Presidente norte-americano, uma tentativa de fazer crescer a indústria dos Estados Unidos, ao mesmo tempo que punem os países por aquilo que disse serem anos de práticas comerciais desleais.

Leia Também: Tarifas? Associadas da AIP espera redução da faturação até 35%

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas