Na conferência de imprensa após ter sido anunciado mais um corte nas taxas de juro em 25 pontos base, a presidente do BCE apontou que se vive um ambiente de incerteza e que os efeitos das tarifas ainda não são completamente claros.
"Sabemos que é um choque negativo na procura e podemos antecipar que vai ter algum impacto no crescimento, mas o impacto líquido na inflação ficará mais claro com o tempo", salientou a responsável, admitindo que há possíveis efeitos das tarifas, como a fragmentação de cadeias de fornecimento, que podem levar a pressões inflacionárias mas também no sentido contrário.
No que diz respeito à atividade económica, a "escalada nas tensões de comércio global vai provavelmente baixar o crescimento da área do euro e pode arrastar o investimento e o consumo".
Lagarde destacou que algumas das tarifas já estão em vigor, que subiram de aproximadamente 3% até 13% em termos de taxas em bens exportados para os EUA, mas também há a "perspetiva de algo que pode ser muito mais impactante e há uma série de respostas potenciais do lado da Comissão Europeia".
Assim, existe ainda muita incerteza e "haverá muitas decisões das próximas semanas e meses que serão decisivos", notou, recordando que a pausa de 90 dias determinada pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, para as tarifas adicionais vai acabar.
Neste cenário, a responsável garantiu que a decisão de cortar as taxas diretoras em 25 pontos base foi unânime entre os governadores: "opções foram debatidas, mas ninguém defendeu um corte de 50 pontos", disse.
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