Descida das taxas Euribor esconde uma armadilha

Se está a pensar aceder a um crédito habitação saiba que apesar da baixa histórica das taxas Euribor há uma pequena potencial armadilha que lhe pode vir a causar problemas no futuro.

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Notícias Ao Minuto
01/04/2015 08:15 ‧ 01/04/2015 por Notícias Ao Minuto

Economia

Investimento

“Quando a esmola é muita o pobre desconfia”. O ditado aplica-se a uma generalidade de situações mas também na economia real há perigos latentes escondidos entre boas novas.

Dá conta esta quarta-feira o Diário Económico que apesar do valor historicamente baixo das taxas Euribor quem está a pensar contratar um crédito habitação deve estar atento.

É que se, em 2008, durante a crise financeira que se abateu no mundo os créditos ficaram, sessão após sessão, mais caros, hoje estão extremamente ‘baratos’, mas o cenário pode ser bem diferente daqui a alguns anos, especialmente nos créditos a longo prazo.

Por exemplo, quem contrair hoje um crédito à habitação na ordem dos 200 mil euros com um spread de 2,8%, a 30 anos, ficará a pagar mensalmente ao banco qualquer coisa como 650 euros, respeitando a atual taxa Euribor a seis meses. Porém, num cenário extremo em que o valor da taxa disparasse, atingindo por exemplo o máximo histórico de há sete anos – 5,558% - o contratante ficaria a pagar mais do dobro: 1.513 euros.

“É verdade que vivemos uma situação de juros anormalmente baixos e que quem contrai crédito à habitação tem de ter isso em conta. Para mais, os spreads são mais altos do que há cinco/dez anos. Como o ponto de partida é mais alto a esse nível, se os indexantes subirem o problema agrava-se”, explica, ao Económico, Filipe Garcia, economista da Informação de Mercados Financeiros.

Com a presente pacote de estímulos económicos lançado pelo BCE, que se prevê dure até 2016, não há no imediato perigos. Contudo, a evolução da política económica do BCE e as taxas de juro são fatores difíceis de prever para prazos que duram décadas.

“O recurso ao crédito deve ser sempre uma decisão muito ponderada. Deve-se olhar não só para a prestação no momento, mas também simular o impacto de subidas posteriores”, explica o economista João Fernandes da Deco, avisando que “é prudente simular alguns casos mais extremos para se ter alguma sensibilidade ao que possa acontecer”.

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