"Há muita incompreensão sobre o facto de as negociações se prolongarem por tanto tempo. Se não têm dinheiro para financiar tudo o que querem, os gregos devem adaptar esses desejos à realidade", declarou Dijsselbloem à televisão holandesa.
"A realidade é que há pouco dinheiro e que, sem ajuda, a Grécia não conseguirá", acrescentou.
Segundo Dijsselbloem, a nomeação de um novo coordenador para a equipa de negociadores da Grécia, apesar de não resolver os problemas com o Eurogrupo, é uma boa notícia.
"Não se trata só de Finanças, mas também de Energia, de Justiça, de Negócios Estrangeiros... Era necessária uma ligação direta, sob responsabilidade do primeiro-ministro", afirmou.
A Grécia anunciou na segunda-feira uma remodelação na equipa que está a negociar com os credores, que passa a ter como coordenador Euclides Tsakalotos.
Professor de Economia na Universidade de Atenas, Euclides Tsakalotos, 55 anos, tem um perfil discreto, em contraste com o muito mediático ministro das Finanças, Yanis Varoufakis.
Esta mudança surgiu três dias após uma reunião informal de ministros das Finanças da zona euro (Eurogrupo), em Riga, durante a qual terá havido um ambiente hostil em relação a Varoufakis, aparentemente responsabilizado pela ausência de progressos nas negociações sobre o financiamento do país.
Atenas enfrenta problemas de liquidez devido a um impasse nas negociações com os credores (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) que tem atrasado a transferência para os cofres gregos de uma parcela de 7,2 mil milhões de euros do empréstimo concedido em 2012.
Este financiamento é considerado vital para a Grécia cumprir as suas obrigações financeiras.
Na segunda-feira à noite, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, disse acreditar que será alcançado um acordo ainda esta semana ou na próxima.