"Os impostos serão seguramente mais difíceis que os atuais. Só não discutem a única coisa que é importante, o dinheiro". É desta forma que Henrique Medina Carreira critica o governo que poderá tomar posse depois de o programa da coligação Portugal à Frente (PàF) ser chumbado.
Para o comentador, "o nosso grande problema é não termos a economia para sustentar o Estado que temos. Temos que mexer na despesa e nos impostos. A despesa está muito alta, é um dado que não é influenciável facilmente, daí que neste momento o que se deveria fazer era baixar na despesa".
"Há esta história daqueles que dizem que é possível acabar com a austeridade, desde que tenhamos alguém que nos sustente. Há esta mistificação política que é fazer crer ao povo que é possível que não haja austeridade. Por isso, provavelmente vamos avançar para uma situação mais complicada que a atual, se o futuro governo (Esquerda) vier a formar-se, porque esses têm promessas de aumentar muita coisa", assegura.
O economista mostrou-se muito preocupado com os "milhares de milhões que vão aumentar a despesa". "Vão fazer o contrário daquilo que convém. O buraco, défice, vai aumentar", garante.
"O panorama que resulta destas eleições exige muitíssima atenção e causa muito receio. Nós caímos na situação que caímos por falta de obediência aos números. Chegámos à bancarrota por má gestão dos números e agora caminhamos para algo semelhante", justifica.
O comentador alega ainda que recuperar os níveis de padrão de há alguns anos atrás é uma autêntica burla. "Dizer à sociedade que se vai restituir o seu padrão de vida de há seis anos é uma burla. Não vamos ter alguém que nos empreste dinheiro. É conversa de merceeiro", sublinha.
"Não é bom aquele que vem prometer aquilo que não existe", termina.