"Neste momento, dada a situação no Porto de Lisboa, a procura de transporte contentorizado disparou. Estamos a fazer comboios adicionais, que não estavam previstos, para corresponder ao aumento significativo da procura", afirmou Carlos Vasconcelos, à margem da apresentação, em Lisboa, da marca que vem substituir a antiga CP Carga.
Em declarações aos jornalistas, o presidente da Medlog admitiu que os comboios disponíveis são insuficientes para "responder à procura tão depressa como a procura gostaria", realçando a inexistência de material circulante para poder reforçar a operação.
"Uma coisa é arranjar um camião para fazer um transporte e outra é encontrar vagões e locomotivas disponíveis no mercado", adiantou.
Além disso, acrescentou, acrescem dificuldades nos terminais, que também não estão preparados para "receber tanta carga", obrigando os comboios a ficarem "mais tempo imobilizados".
"Vamos resolver o problema com o tempo. Vamos dar conta do recado", garantiu, referindo-se à crescente procura da empresa como alternativa ao transporte marítimo, devido à greve dos estivadores no Porto de Lisboa.
A greve dos estivadores no Porto de Lisboa prolonga-se pelo menos até 16 de junho, na sequência da falta de entendimento entre estivadores e operadores portuários sobre o novo contrato coletivo de trabalho.
A venda de 95% do capital da CP Carga à operadora ferroviária suíça Mediterranean Shipping Company Rain (MSC), por 53 milhões euros, foi concluída em 20 de janeiro, após a Autoridade da Concorrência (AdC) ter dado luz verde ao negócio.
A privatização da empresa foi conduzida pelo anterior governo, que assinou o acordo para a venda a 21 de setembro de 2015.
A proposta da MSC Rail venceu o concurso com uma proposta de 53 milhões de euros na CP Carga - 51 milhões de euros para capitalização e dois milhões no valor das ações -, que comparava com a da Atena Equity Partners, no valor de 45,5 milhões de euros, e da Cofihold de 30 milhões de euros.