Tal como a maior parte dos países, a Rússia foi juntando dinheiro ao longo dos anos para fazer face a situações económicas e financeiras complicadas e para ter uma almofada de liquidez que permitisse cumprir as obrigações perante os credores.
Nos últimos dois anos, graças às sanções internacionais impostas pelos parceiros insatisfeitos com a invasão da Ucrânia e devido à queda do preço do petróleo, a Rússia não conseguiu evitar a recessão económica e a emergência temida acabou por tornar-se uma realidade.
As dificuldades súbitas tiveram de ser compensadas pelas reservas financeiras, mas o ritmo de gastos tornou-se incontrolável. Contra todas as expectativas do próprio governo, foi preciso gastar milhares de milhões de euros nos mercados para controlar as subidas do rublo e muito mais para compensar o dinheiro perdido com a venda de petróleo.
De acordo com os números divulgados esta semana pelo Ministério das Finanças, o fundo que tinha mais de 82 mil milhões de euros há dois anos tem agora pouco mais de 28 mil milhões disponíveis e espera-se que até ao final do ano seja necessário gastar mais 15 mil milhões para equilibrar as contas.
Segundo os cálculos de Ondrej Schneider, economista chefe do Instituto Internacional de Finanças ouvido pela CNN Money, a Rússia poderá ficar sem dinheiro em reserva já em meados de 2017 "ou talvez uns meses mais tarde".
A falta de liquidez poderá desencadear uma situação dramática na Rússia, semelhante às dificuldades vividas atualmente na Venezuela. A esperança do governo de Vladimir Putin é que o preço do petróleo recupere e acabe por chegar à ansiada média de 50 dólares por barril que permite o equilíbrio orçamental.
