Energia, banca e saúde são os setores preferidos da China em Portugal

O investimento chinês em Portugal tem vindo a ser reforçado, com os setores da energia, banca, seguros e saúde em destaque, mas os media também são alvo de interesse, com um investidor chinês de Macau interessado na Global Media.

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Lusa
06/10/2016 12:10 ‧ 06/10/2016 por Lusa

Economia

Investimento

À 'boleia' das privatizações, as empresas chinesas reforçaram a sua presença no mercado português, com Portugal a servir de porta de entrada para a Europa e para os países de língua oficial portuguesa.

O primeiro-ministro português, António costa, realiza entre 8 e 12 de outubro uma visita de cinco dias à República Popular da China, a qual inclui também uma deslocação à Região Administrativa Especial de Macau.

A primeira privatização a arrancar, durante o governo de Pedro Passos Coelho, foi a da EDP, em dezembro de 2011, com o anúncio da venda de 21,35% da elétrica portuguesa à China Three Gorges, por 2,69 mil milhões de euros.

Em fevereiro de 2012, foi a vez da venda da REN, com os chineses da State Grid a ficarem com 25% do capital, pagando 387 milhões de euros pela posição na empresa gestora das redes energéticas nacionais.

Posteriormente, a chinesa Fosun comprou a seguradora Fidelidade e a Espírito Santo Saúde, estando atualmente a negociar a compra de 16,7% do capital do BCP, podendo reforçar depois a sua posição no banco para entre 20% a 30%, dependendo das limitações de votos dos estatutos.

No ano passado, o Haitong Bank concluiu a compra do banco de investimento português BESI.

Entretanto, e de acordo com os media, o Haitong Bank terá proposto, à margem do concurso para a compra do Novo Banco, a compra parcial do Novo Banco pelo próprio banco, assim como por outros investidores, ficando com cerca de 30% da instituição que resultou da resolução do BES.

No início de setembro, a Lusa noticiou que empresários chineses de Macau estão interessados em investir em várias oportunidades de negócios em Portugal, entre as quais na Global Media, dona do Diário de Notícias e da TSF.

A KNJ Investment Limited, empresa de Macau fundada em 2012 e que, segundo o registo comercial, dedica-se ao investimento imobiliário, médico e de saúde, está interessada em adquirir a Global Media, grupo que considera ter "grande potencial após uma reestruturação", disse um administrador à Lusa.

"A KNJ Investment Limited expressou interesse inicial no grupo Global Media", disse Kevin King Lun Ho, esclarecendo que se trata de "uma empresa de investimento e não se limita ao negócio do imobiliário".

O interesse na Global Media é justificado por Ho com o facto de o grupo ter "grande potencial após uma reestruturação", sendo que, "se um negócio for fechado", a empresa pretende "expandir para diferentes áreas".

Entre outros investimentos chineses em Portugal, destaca-se a inauguração, em fevereiro de 2012, do centro tecnológico da Huawei (empresa de telecomunicações) em Lisboa, que representou um investimento de 10 milhões de euros, que se juntou aos 40 milhões de euros que a multinacional chinesa tinha investido no mercado português.

Além disso, no início de 2012 o Banco Internacional e Comercial da China (ICBC) abriu o seu primeiro escritório em Portugal, mais precisamente em Lisboa.

Um ano depois, foi a vez do Bank of China escolher a capital portuguesa para abrir um escritório e um balcão de atendimento.

Esta semana, o jornal Público noticiou que o banco chinês China Minsheng já levantou o caderno de encargos de venda do Novo Banco e está a analisar as contas da instituição liderada por António Ramalho.

Também o setor imobiliário é uma aposta da China, com os chineses a liderarem, por nacionalidades, os vistos 'gold' em Portugal.

Desde que o programa dos vistos dourados arrancou, a 8 de outubro de 2012, até final de agosto, 2.835 investidores chineses tinham obtido Autorização de Residência para atividade de Investimento (ARI), segundo dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

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