Primeiro-ministro chinês apela a "visão compreensiva" da dívida

O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, apelou hoje a uma "visão global e compreensiva" da dívida chinesa e do setor imobiliário do país, numa altura em que várias vozes apelam a Pequim para travar a "bolha" no setor.

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© Reuters

Lusa
11/10/2016 10:14 ‧ 11/10/2016 por Lusa

Economia

Li Keqiang

"Os riscos da dívida chinesa são controláveis e o ratio da dívida do Governo é relativamente baixo, comparado às outras grandes economias do mundo", afirmou Li.

"Já as dívidas dos governos locais constituem sobretudo investimentos com retorno", acrescentou.

O responsável chinês falava na abertura da 5.ª Conferência Ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os países de Língua Portuguesa, conhecido como Fórum Macau.

A dívida da China tem aumentado à medida que Pequim tornou o crédito mais barato e acessível, num esforço para incentivar o crescimento económico.

Segundo um relatório difundido este mês pelo Bank for International Settlements (BIS), entre janeiro e março, o desvio do rácio entre o crédito e o Produto Interno Bruto (PIB) do país atingiu 30,1%, o nível mais alto de sempre e bem acima dos 10%, o patamar que "acarreta riscos para o sistema bancário".

"A procura por imobiliário na China vai continuar a aumentar e o processo de urbanização avançará", disse Li Keqiang, numa altura em que vários analistas advertem também para uma "bolha" sem paralelo no mercado imobiliário chinês.

No mês passado, o Banco da China, a quarta maior instituição financeira do país, apelou a Pequim para que tome medidas que travem o aumento da "bolha" no setor imobiliário.

"São necessárias políticas macroeconómicas urgentes para conseguir um equilíbrio entre a estabilização do crescimento e pôr fim às bolhas nos ativos", assinalou o banco estatal num relatório.

Em entrevista à estação televisiva CNN, Wang Jianlin, o homem mais rico da China, lembrou também que os preços do imobiliário continuam a subir nas grandes cidades chinesas, mas que estão em queda nas restantes, onde várias habitações continuam por vender.

Li Keqiang prometeu "medidas efetivas" para promover um desenvolvimento "estável e saudável" do mercado imobiliário.

"Estamos confiantes e sentimo-nos capazes de alcançar os principais objetivos de desenvolvimento económico e social este ano, e estamos determinados a evitar riscos financeiros sistemáticos e regionais", disse.

Li referiu ainda medidas como as reformas na administração pública e os incentivos à inovação e novas empresas para ilustrar o grande potencial da economia.

"Somos totalmente capazes de manter um ritmo de crescimento económico médio alto e elevar o nosso desenvolvimento para um nível médio alto", concluiu.

Em 2015, a economia chinesa cresceu 6,9%, o ritmo mais baixo do último quarto de século.

Desde o início do século XXI, e até 2011, a economia chinesa cresceu sempre acima dos 8% ao ano e, em 2007, atingiu os 13%.

Segunda maior economia do mundo, logo a seguir aos Estados Unidos, a China tem sido o motor da recuperação global nos últimos anos.

 

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