A informação consta do relatório semanal do BNA, libertado hoje, sobre a evolução dos mercados monetário e cambial entre 24 e 28 de outubro, contrastando desta forma com os 209,7 milhões de euros da semana anterior, invertendo duas semanas de quedas consecutivas.
Segundo o documento, consultado pela Lusa, as divisas disponibilizadas - mantêm-se exclusivamente em euros desde março -, em vendas diretas equivalentes a 238,2 milhões de dólares, destinaram-se a cobrir a importação de bens alimentares (110,2 milhões de euros) e a garantir as necessidades de várias empresas (14,2 milhões de euros), além de distribuir 47,2 milhões de euros para necessidades do setor da indústria.
Há ainda registo de pagamentos para cobrir operações de viagens, ajuda familiar, saúde e educação no estrangeiro (17,9 milhões de euros) ou para cobertura de operações de salários dos expatriados (281 mil euros), entre outros.
A taxa de câmbio média de referência de venda do mercado cambial primário, apurada ao final da última semana, permaneceu praticamente inalterada, nos 166,722 kwanzas por cada dólar e nos 186,276 kwanzas por cada euro.
Contudo, no mercado de rua, a única alternativa, embora ilegal, face à falta de divisas aos balcões dos bancos, cada dólar norte-americano custa à volta de 500 kwanzas.
Angola enfrenta uma crise financeira e económica com a forte quebra (50%) das receitas com a exportação de petróleo devido à redução da cotação internacional do barril de crude, tendo em curso várias medidas de austeridade e a revisão do Orçamento Geral do Estado de 2016.
A conjuntura nacional levou a uma forte quebra na entrada de divisas no país e a limitações no acesso a moeda estrangeira aos balcões dos bancos, dificultando as importações.
A falta de divisas dificulta ainda a transferência de salários dos trabalhadores expatriados, as necessidades dos cidadãos que precisam de fazer transferências para o pagamento de serviços médicos ou de educação no exterior do país ou que viajam para o estrangeiro.
O BNA informou a 22 de julho que está a trabalhar com os bancos comerciais numa "melhor programação na venda de divisas" para "repor de forma gradual, programada, organizada e prudente" as necessidades de todos os setores da economia.