"A poupança é um tema essencial para a economia portuguesa e o setor segurador representa um papel fundamental na poupança dos portugueses, quer na captação de poupança, quer na diversificação de produtos", afirmou Ricardo Mourinho Félix num vídeo transmitido hoje durante a conferência 'Portugal Seguro 2016', promovida pela Associação Portuguesa de Seguradores (APS).
Face à impossibilidade de participar pessoalmente no evento, Mourinho Félix gravou uma declaração, na qual assinalou a necessidade de aumentar a taxa de poupança em Portugal.
"A atual taxa de poupança é menor do que devia ser", assumiu o secretário de Estado, destacando a importância da poupança dos privados, famílias e empresas, para o desenvolvimento da economia portuguesa.
Mourinho Félix apontou também para a importância da captação das remessas dos emigrantes para o défice externo do país, sublinhando a vaga recente de emigração de portugueses, derivada da crise económica e da destruição de emprego durante vários anos.
"O Governo está empenhado em contribuir para a política de poupança. É fundamental que a poupança possa ser canalizada para os produtos bancários e seguradores, evitando concentração excessiva de riscos num dos setores", realçou, apontando para o papel desempenhado pela banca, pelas seguradoras e pelo mercado de capitais.
O responsável elogiou a "forma competente e responsável como o setor segurador tem gerido a sua carteira, que tem permitido devolver à sociedade o mesmo montante, ou mesmo mais, do que os prémios captados".
Mourinho Félix abordou ainda a atualidade do setor, sublinhando que "o setor segurador já é fortemente regulado, mas tem que lidar com um aumento das exigências", nomeadamente, com as novas regras de Solvência II.
"O Governo conta com o apoio das seguradoras para o combate ao branqueamento de capitais", referiu também o secretário de Estado, que ainda apontou para a importância do setor ao nível do emprego, contando com mais de 11 mil trabalhadores em termos diretos e mais de 22 mil pessoas em termos indiretos envolvidos nos seguros.
"O setor segurador é encarado pelo Governo como um aliado e o Governo será sempre parceiro de boas ideias, pelo que vamos promover uma colaboração mais estreita com a APS para o planeamento do objetivo comum que é o financiamento da nossa economia", rematou Mourinho Félix.
No mesmo evento também participa Paulo Macedo, presidente da Comissão Técnica Vida da APS e administrador da Ocidental Vida, que é um dos intervenientes na conferência anual da entidade que representa o setor segurador e tem sido um dos nomes mais falados para assumir a liderança da Caixa Geral de Depósitos (CGD), na sequência da demissão de António Domingues.
Porém, apesar das tentativas dos jornalistas à chegada ao evento, Paulo Macedo escusou-se a prestar quaisquer declarações sobre a matéria.
Última nota para António Bagão Félix, ex-governante que também ia participar nos trabalhos desta conferência, mas que não compareceu por motivos de doença.