Mais uma vez, a influência de Donald Trump nos mercados tornou-se óbvia numa noite que foi tudo menos tranquila para os mercados dos Estados Unidos e da Ásia.
Numa entrevista ao Wall Street Journal, o presidente eleito dos Estados Unidos classificou o dólar como uma moeda "demasiado forte", que está a competir com moedas como o yuan chinês, "que cai como uma pedra".
"As nossas empresas não conseguem competir com eles porque a nossa moeda é muito forte. E isso está a matar-nos", garantiu Trump numa conversa em que foi quebrado o hábito histórico dos presidentes norte-americanos não falarem do dólar, para evitar a reação que os mercados tiveram esta noite.
No espaço de algumas horas, o dólar teve um colapso, conforme os investidores iam reagindo às palavras de Trump; muitos analistas ficaram também chocados com as contraditórias declarações do multimilionário, que quer um dólar mais fraco apesar de vender publicamente uma política económica protecionista, 'agravada' em termos de câmbio pelo crescimento interessante e pela subida das taxas de juro da Reserva Federal.
Entretanto, a tendência inverteu-se e é o euro quem sofre nos mercados, graças a uma onda de compras de dólares para aproveitar os preços conjunturalmente mais baixos com a expectativa de acumular ganhos a curto prazo.