Cercada pelo Panamá e Nicarágua na metade sul da América Central, a Costa Rica surge como uma insuspeita nação sem a má fama de outros países que a rodeiam e sem as atrações que levam muitos visitantes aos vizinhos.
Para a maior parte dos portugueses, a nação dos 'ticos' é mais conhecida pelos valores futebolísticos como os conhecidos Brian Ruiz e Joel Campbell, mas há uma área em que a Costa Rica lidera a elite mundial: a aposta nas energias renováveis.
Mesmo sem a capacidade financeira da Alemanha e dos países do Norte da Europa, o governo costa-riquenho aproveitou desde cedo as condições favoráveis e conseguiu criar uma rede de produção energética alternativa que atingiu um pico de produção no ano passado e foi capaz de satisfazer 98,12% de todas as necessidades energéticas no país.
Em 2015, a Costa Rica já tinha conseguido passar 75 dias consecutivos sem usar qualquer energia fóssil, mas o recorde de produção global foi batido no ano passado. Para este resultado contribuíram decisivamente as condições muito favoráveis na Costa Rica: elevada exposição solar, clima tropical que faz aumentar a produção hidroelétrica e algumas tempestades que aumentaram a produção eólica. Em 2017, o clima deverá ser ainda mais favorável e esperam-se mais recordes.
O baixo consumo energético no país, fruto da baixa densidade populacional (96 habitantes por quilómetro quadrado, contra 115 de Portugal e 337 no Japão, por exemplo) e da economia baseada no setor primário, foi também crucial para o resultado histórico obtido.
Quase 75% da energia consumida na Costa Rica foi produzida em centrais hidroelétricas, inquestionavelmente a fonte mais importante. A restante energia foi produzida através de fontes geotérmicas (12,74%), eólicas (10,3%), de biomassa (0,72%), solares (0,01%) e o restante proveio de fontes não-renováveis, detalha o site Science Alert.