"Quando os juros da divida pública aumentam, isso consome capital dos bancos", e, portanto, a relação entre ambos os elementos "não podia ser mais forte e umbilical".
"É de facto o mais estreita possível", concretizou Maria Luís Albuquerque, que está hoje a ser ouvida na comissão parlamentar de inquérito à gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD).
E concretizou, em resposta a perguntas do deputado do CDS João Almeida: "Quando a taxa [de juro] sobe, o ativo dos bancos perde valor, e ao perder valor consome capital e reduz a sua capacidade de financiar a economia e emprestar dinheiro às pequenas e médias empresas".
No que refere em concreto à Caixa, Maria Luís lembrou que o banco foi sempre escrutinado pelas "entidades mais insuspeitas", casos da Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional, que formaram a 'troika', que manteve o recente programa de assistência financeira a Portugal.
A atual vice-presidente do PSD começou a ser ouvida na comissão de inquérito pelas 17:45, escusando-se a fazer uma declaração inicial - as primeiras respostas de Maria Luís Albuquerque são feitas a perguntas do deputado do BE na comissão, Moisés Ferreira.
A comissão de inquérito à CGD tomou posse a 05 de julho na Assembleia da República, e debruça-se, por exemplo, sobre a gestão do banco público desde o ano 2000, abordando ainda os factos que levaram ao processo recente de recapitalização da CGD, que foi aprovado por Bruxelas.