À margem da inauguração de um hotel de Luxo do Grupo Sana, em Lisboa, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho foi questionado sobre o Orçamento Rectificativo, hoje aprovado em Conselho de Ministros, frisando que “no essencial trata-se de substituir medidas do Orçamento original (…) inviabilizadas pelo acórdão do Tribunal Constitucional".
O Governo, explicou Passos Coelho, fê-lo “através da redução de despesas do próprio Estado e antecipação de medidas”, nomeadamente na “área pública”, tais como o aumento do horário semanal, o esquema de mobilidade e a contribuição adicional para a ADSE e subsistemas de saúde.
Questionado pelos jornalistas sobre se este Orçamento Rectificativo permitirá cobrir o ‘buraco’ de 1300 milhões provocado pelo chumbo do TC, o primeiro-ministro advogou que o documento trata-se de “uma proposta de lei que garante que Portugal feche 2013 com 5,5% de défice”, ainda assim admitiu que “há risco orçamentais”. Mas “não temos uma espécie de varinha de condão ou bola de cristal que torne o País imune a choques adversos, exteriores ou interiores da economia”, defendeu.
“Espero que não seja preciso [um novo Orçamento Rectificativo], apesar de haver riscos, mas gostaria de não embarcar na visão doentia de que tudo vai correr pior”, insistiu Passos, reforçando que “se tudo decorrer como previsto, atingiremos até ao final deste ano uma inversão do clima económico”.
Neste sentido, o primeiro-ministro afirmou ainda que “se o clima geral que se instalar no País for de pessimismo e negativismo, é evidente que investidores e consumidores se vão retrair”. Por isso, Passos sugeriu aos portugueses que acompanhem o Governo “com realismo” e atenção “às previsões mais ajustadas” que, segundo disse, o Executivo “está a produzir, no sentido de não haver grande margem para especulação”.