Depois de Yannick Djaló ter estado à conversa com Manuel Luís Goucha, uma entrevista que foi transmitida no ‘Você na TV’, da TVI, no início de fevereiro, Luciana Abreu decidiu ‘responder’ as alegações do antigo companheiro com uma carta aberta que esteve a ler durante ‘O Programa da Cristina’, no dia 14 deste mês.
No ‘comunicado', a artista além de falar no nome do pai das suas filhas, Lyonce e Lyannii, expôs ainda algumas alegações contra a restante família, mais precisamente a mãe e a irmã mais nova Ana Luísa.
Após toda a polémica, agora foi a vez de Ana Luísa apresentar a sua versão dos factos e defender-se de algumas das acusações da eterna Floribella.
“Só venho aqui para repor a verdade dos factos e, principalmente, pela honra da minha mãe”, começou por dizer a jovem antes de conversar com Goucha.
Luísa conta que ouviu em direto a irmã a ler a carta aberta no canal da concorrência e que sentiu “uma grande falta de força nas pernas”. “Não estava a querer acreditar naquilo que estava a ouvir”, acrescentou, classificando as afirmações como “chocantes” e referindo que a mãe de ambas também ficou com o coração despedaçado.
De seguida, Luísa disse que Luciana não foi verdadeira quando referiu que as irmãs são filhas de pais diferentes [ambas têm outra irmã]. “Não. Não sei no que é que a minha irmã se baseia quando faz uma afirmação dessas. Nunca fui chamada para fazer nenhum teste [de ADN]. Mas deixe-me dizer-lhe que existe aqui um pormenor muito interessante. É que da parte da minha mãe não existe ninguém alérgico a penicilina e nós somos as três irmãs alérgicas a penicilina”, partilhou, explicando que a parte paterna sofre da mesma condição.
“Ouvi muitas vezes o nosso pai a dizer à nossa mãe que eu não era filha dele, mas sabia perfeitamente que ele dizia isso para a magoar, para a menosprezar, para a reduzir a nada. Sempre foi essa a intenção dele, reduzir a minha mãe a nada”, recordou, lembrando a violência física e psicológica que marcaram a infância.
Durante a leitura da carta aberta, Luciana Abreu alegou que a mãe tinha um “negócio de massagens”. Informação que foi agora desmentida por Luísa.
“A minha irmã disse que teve três empregos [para ajudar o sustento da família]. Jamais em tempo algum. A minha mãe trabalhou na Santa Casa da Misericórdia, era efetiva há 13 anos, nas folgas da Santa Casa trabalhava numa confeitaria. E quando não fazia os turnos da noite, manhã na Santa Casa, íamos as três (eu a minha mãe e a minha irmã) fazer limpezas a um salão de cabeleireiro num shopping em Gaia, à noite. Reconhecíamos muito bem o quanto a minha mãe trabalhava e para ser mais rápido íamos as três”, assegurou.
Assim sendo, questionou Manuel Luís Goucha, como é que surge a história da casa das massagens?
“A conclusão a que chego só poderá ser de uma mulher que a minha irmã se faz acompanhar que diz ter um dom de encarnação e faz de conta que a minha avó materna, mãe da nossa mãe, cai no corpo dessa senhora e diz estas coisas. Ou seja, o espírito da minha avó diz mal da própria filha. Será isto possível? A minha mãe perdeu a mãe dela aos 12 anos. Conseguem imaginar a dor, até a revolta, desta mãe ao ver isto e ao ouvir estas coisas? Uma coisa era se a minha mãe nos tivesse incutido que o pai é isto e aquilo… Mas não foi! Nós presenciámos tudo, toda a violência física, psicológica. Estava à frente dos nossos olhos”, reforçou, garantindo que a mãe nunca teve outra atividade noturna a não ser as referidas.
Infância marcada por violência
Luciana também relatou que o pai a obrigava a ver pornografia. Revelações que foram confirmadas por Luísa, que também viveu essa realidade. “Eu também a vi”, frisou, acrescentando que era o pai quem as obrigava a ver essas imagens sem a mãe saber. Isso acontecia quando a mãe ia trabalhar.
“Eu era uma criança e ver aquilo fazia-me imensa confusão. Queria fechar os olhos e não queria ver. Mas tínhamos de ver porque se não víssemos, sofríamos de violência física novamente. Nós nunca sabíamos como é que ia acabar o dia. Às vezes levávamos porrada e nem sabíamos porque é que estávamos a viver aquilo. Éramos acordadas a meio do sono. Um terror muito grande. A minha irmã quando fala da infância dela também está a falar da minha, da nossa irmã. Assuntos que não queremos lembrar”, relatou, mostrando-se também marcada com este passado.
Durante a conversa com o apresentador, Luísa mostrou um documento que comprova que o pai esteve internado no hospital psiquiátrico Magalhães Lemos, no Porto. Após ter alta da unidade hospitalar, esteve durante cinco anos com consultas regulares. “Portanto, tudo o que ele disse para trás ou tudo o que ele poderá vir a dizer deste momento em diante não tem qualquer tipo de relevância”, acrescentou.
Este pesadelo foi vivido até à mãe de ambas “ganhar coragem” e sair de casa, “fugir” com as filhas para casa de uma tia de Luciana. “Nunca fomos umas abandonadas pela família, nunca fomos umas coitadas. A minha mãe nunca nos faltou com nada, com comida, comer, roupa, amor… Se há mulher mais extremosa neste mundo que possa conhecer é a minha mãe”, assegurou.
Início da fama e início da ‘guerra’
Quando Luciana Abreu começou a ficar famosa, com a personagem Floribella, fazia questão de mostrar a união que tinha com a mãe e a irmã mais nova. No entanto, tudo mudou a dada altura. E porquê? “As tais acusações que são feitas por aquela mulher”, respondeu Luísa.
Luciana disse que colocou a irmã e a mãe fora de casa e que uma das razões para o ter feito era o facto de a vida noturna de Luísa ser um mau exemplo para as pequenas Lyonce e Lyannii. No entanto, a irmã da artista conta outra versão dos factos, assegurando que foi sua a decisão de sair de casa.
“Quando viemos para Lisboa tinha 14 anos. Aos meus 17 anos concorri a um casting para uma girls band que se chamava Doce Mania, em homenagem às Doce dos anos 80. Entrei no grupo, estive lá dois anos, até aos 19. Aos 20 anos saí de casa da minha irmã por livre vontade, dois dias depois do Yannick [Djaló] ter saído também”, afirmou, referindo que na altura era uma jovem normal, como todas as outras.
Outra das acusações de Luciana em relação à mãe é que esta retirava dinheiro da sua conta sem a sua autorização. “Sendo a minha irmã uma artista, tanto pode estar no Norte como no Sul ou noutro país, e tendo o amor que sempre tivemos umas pelas outras, a união e a confiança que sempre existiu, é natural que fosse a nossa mãe a ter de fazer os pagamentos da renda, da luz, da água… é natural que acontecesse a minha mãe movimentar a conta. Agora se fosse, que é isto que quer dar a entender, para proveito próprio, a minha mãe hoje seria uma milionária, o que não é. Se a minha mãe fosse a mulher que a minha irmã descreve, quando fugimos de casa, a minha mãe tinha 30 e poucos anos, tinha fugido sozinha, como muitas outras mães fazem e deixam os filhos em instituições”, justificou.
Foi então que Goucha questionou sobre se alguma vez chantagearam Luciana. “Nunca”, assegurou Luísa, partilhando que a mãe foi convidada a sair de casa de Luciana “de noite e só depois de adormecer as netas”. “Ou seja, aquelas meninas acordaram e até hoje não sabem da avó”.
“A nossa maior saudade, a nossa maior dor nem são estas difamações porque nós temos a nossa consciência tranquila, dormimos muito bem de noite. A nossa maior dor são as meninas. A minha mãe assistiu ao parto da Lyonce e eu da Lyannii, juntamente com o Yannick, que em momento algum foi mau pai ou mau marido”, continuou.
Relação com Yannick Djaló
Luísa mantém contacto com Yannick Djaló, a quem trata por “maninho”. Sobre o jogador de futebol, a jovem garantiu que “nunca” assistiu a nenhum episódio de violência doméstica entre Djaló e Luciana. “Nunca. E quem conhece o Yannick sabe que isso nem é da pessoa dele. Super tranquilo. Discussões? Longe dele”, frisou.
Neste momento, contou, nem a família materna pode ver as filhas da cantora e do futebolista. “A mãe não presta, o pai não presta, a nossa irmã mais velha não presta, eu também não presto, a família toda materna também não presta. Só a minha irmã é que presta?”, perguntou, explicando que a família do Yannick também não vê as crianças: “Aliás, a mãe do Yannick faleceu sem conhecer a Lyonce e a Lyannii porque nunca lhe foi admitido. Assim como a Açucena [irmã mais nova de YannicK Djaló que morreu recentemente]. Nunca conheceram aquelas meninas”.
O último encontro com as sobrinhas e o desejo de acabar com a 'guerra'
A última vez que Luísa viu as sobrinhas foi num parque infantil. Aliás, Luciana disse anteriormente que nesse dia a família levou paparazzis para tirarem fotografias desse momento, imagens que foram partilhadas depois na imprensa nacional. No entanto, Luísa garante que não contactou nenhum órgão de comunicação e que terá sido Luciana a informar a imprensa. “E quem foi contactado para fazer esse serviço sabe perfeitamente dizer quem é que o contactou”.
Sobre esse dia, Luísa recorda que as meninas chegaram de bicicleta e que quando viram a tia e a avó, correram para os seus braços. “As duas agarraram-se a mim e à avó com uma saudade imensa e a última imagem que tenho delas é no parque a irem embora e a Lyannii não deixou de olhar para mim. Sempre com a cabeça virada para trás até não ser possível ver-nos”, lembrou, confessando ter muitas saudades das meninas.
Luísa revelou ainda que a mãe não consegue fazer certas coisas sozinha, como ir ao café, uma vez que “desaprendeu de aceitar o olhar das pessoas”. “Pensa que está a ser julgada. As pessoas reconhecem-la na rua e não se poupam a comentários [desagradáveis]. A minha mãe tentou suicídio, é do conhecimento público”, acrescentou.
Apesar de toda a polémica, Luísa sublinhou que continua a amar Luciana, assim como ama a outra irmã. “Podiam ser as piores pessoas do mundo, são minhas irmãs”, salientou.
Antes de terminar, deixou uma mensagem a Luciana, pedindo para esta parar com esta ‘guerra’. “Chega de fazer sofrer tanto o coração da nossa mãe que já sofreu tanto”, rematou.