Costa no 'Programa da Cristina': "Este mês é perigosíssimo"

O primeiro-ministro esteve à conversa com Cristina Ferreira esta quarta-feira.

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Marina Gonçalves
01/04/2020 14:15 ‧ 01/04/2020 por Marina Gonçalves

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António Costa

A entrevista com António Costa começou com o primeiro-ministro a referir que, "felizmente, está melhor do que a generalidade das pessoas, porque muitas estão a sofrer imenso". "Umas estão doentes, outras estão aflitas com as doenças de familiares, cerca de 20 mil pessoas que estão sob vigilância ativa...", destacou, reconhecendo que "estamos a viver um momento único das nossas vidas". 

"Ninguém estava à espera, nem ninguém está preparado para um momento destes. É uma enorme responsabilidade", confessou, realçando que o que lhe dá mais "energia" nesta fase complicada é todo o empenho dos profissionais de saúde que estão na linha da frente do combate à pandemia da Covid-19, sem esquecer as pessoas que "disciplinadamente têm-se resguardado nas suas casas". "Os exemplos de civismo têm sido absolutamente extraordinários", frisou. 

António Costa admitiu que neste momento "não sabemos se vamos estar assim um mês, dois ou três meses". 

"Isso é, obviamente, assustador para todos. Portanto, nós temos de criar as condições para criar uma cápsula de proteção para podermos atravessar este período de forma a podermos começar a retomar a normalidade da vida. Acho que o sonho de todos os portugueses seria que no final deste mês de abril pudéssemos todos começar a abrir um pouco as portas", acrescentou, referindo que esta é uma realidade que não pode ser garantida porque "ninguém sabe dizer se isso vai ou não ser possível". Isto porque estamos perante "um vírus novo, que os próprios cientistas não conhecem ainda". 

Em Portugal, esta quarta-feira, dia 1 de abril, há mais 808 casos de Covid-19 do que ontem, e esta é uma fase que ainda se encontra a aumentar. "Nos últimos dias o ritmo de crescimento está menor, isso pode ser um bom sinal, mas este mês é perigosíssimo", salientou, referindo-se ao facto de estar a aproximar-se a Páscoa. 

"É um momento muito difícil para todos nós percebermos que vamos ter de viver a Páscoa, este ano, de uma forma radicalmente diferente", reforçou, dirigindo-se em especial aos emigrantes para este ano não viajarem para Portugal para estar com a família. A entrevista seguiu com António Costa a frisar que é muito importante proteger as pessoas mais velhas por pertencerem ao grupo de risco.

"Vamos ter, pelo menos, mais um inverno com vírus e sem vacina"

Sobre o futuro das escolas, o primeiro-ministro disse que ainda não sabe qual será o desfecho, pois esta é uma decisão que ainda não foi tomada, mas, garante, o objetivo "é salvar o ano". No entanto, sempre com a "maior justiça" na avaliação e no acesso educativo.

Ainda sobre este novo vírus, por ser ainda desconhecido, António Costa eluciou que "não vai haver vacinas disponíveis no mercado para que todos nós possamos ser vacinados antes da primavera/verão do próximo ano". "Significa que vamos ter, pelo menos, mais um inverno com vírus e sem vacina. O que vamos ter de conseguir nesta fase é gerir a pandemia de forma a contê-la", acrescentou.

Em relação a declarações recentes que fez sobre o Serviço Nacional de Saúde ter tudo o que necessita, sendo que relatos que têm chegado não dizem o mesmo, António Costa destacou, sem querer alimentar mais a polémica: "Há uma coisa que eu sei: Tdos os dias adquirimos cada vez mais material para satisfazer as necessidades que são constantes". Mas não ficou por aqui e explicou que neste momento existe uma "luta mundial" para adquirir os equipamentos necessários para as unidades de saúde combaterem a pandemia. "Grande parte destes produtos é produzida num país que esteve fechado durante dois meses", justificou.

O primeiro-ministro sublinhou que o objetivo neste momento é evitar o que aconteceu noutros países e assegurar que hajam condições necessárias para tratar todos os doentes, como é o caso dos ventiladores. Além dos que Portugal já tem em sua posse, estão ainda a ser comprados mais ventiladores "porque temos de estar sempre prevenidos para o pior". "E se o pior acontecer ninguém quer viver em Portugal o que se vive noutros países, dos médicos terem de escolher a quem é que vão aplicar o ventilador".

Cristina Ferreira introduziu ainda o tema do impacto que o novo coronavírus terá na economia, tendo António Costa reforçado que "para além das medidas extraordinárias que estão a ser criadas, todas as medidas de apoio social tradicionais continuam a existir". Além disso, destacou que "nem todas as medidas extraordinárias são com recurso ao crédito".

Para responder a todas as dúvidas sobre os apoios financeiros nesta fase, António Costa referiu que existe um site que ajuda todos os cidadãos nesse sentido. Clique aqui

Acerca do Estado de Emergência, que será prolongado já amanhã, António Costa adiantou que serão "adotadas medidas mais claras"

 

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