Numa altura que são cada vez mais os artistas portugueses a viver grandes dificuldades económicas devido aos efeitos da pandemia de Covid-19 no setor das artes e espetáculos, crescem os testemunhos de artistas que confessam já ter passado ou estarem a passar por dificuldades.
Márcia, de 38 anos, usou esta terça-feira as suas redes sociais para um desabafo onde admite que devido à precariedade de quem escolhe, como ela, viver da música em Portugal, já enfrentou sérias dificuldades económicas.
"E o Mar à nossa espera. Não sentem - ao fim deste tempo de privação - que as coisas simples são as mais preciosas? (...) Nesse rol de coisas simples, estão todas as que fazemos com prazer. A Arte, é uma delas. Não significa, por ter prazer ao criar música e outras coisas que crie, que não me esforce no caminho da excelência, com trabalho árduo", começou por escrever, na legenda de uma fotografia onde se mostra diante do mar.
"Talvez hoje não se note, porque posso pôr gasóleo no carro para dar um mergulho a uns klm’s de distância... mas até aqui, só sabe quem viu; tive dificuldades para pagar a roupa, a renda, a comida que comia, tive até uma declaração de pobreza pela Segurança Social, que mesmo assim me cobrava à mesma... e zero apoio para me conseguir manter, porque não tinha direitos. Eu lutei e não me queixei, e sinto que vinguei. Mas às vezes não sei como saí daquele buraco", contou, emocionando seguidores e figuras públicas, como foi o caso de Catarina Furtado ou Cláudia Semedo, que nos comentários da publicação lhe dedicaram palavras de carinho.
"A precariedade na vida dos artistas e pessoal das artes é uma realidade. Gostava que não fosse. Ao menos, querido País que eu amo, ao menos leva a sério quem faz tanto por ti e pela tua gente. A cultura é a vida. O resto é sobreviver", completou, por fim.
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