Pedro Abrunhosa não ficou de braços cruzados perante a pandemia e aos poucos vai retomando a 'normalidade' da sua vida artística, embora com todos os cuidados que a pandemia exige.
O músico destaca a importância do "re-arranque" do país, partilhando as suas experiências nos concertos que deu já durante a pandemia.
“Este não é o tempo para entregar o nosso descontentamento ao conforto aparente da vida digital ou à negação plena da vida física. Fazê-lo é sucumbir ao medo e à penúria: o primeiro paralisa, a outra apequena. Pior peste não há. Pessoalmente, não posso viver na eterna reclusão a que o pânico e a incerteza deste vírus me querem confinar. Não me furtarei a fazer tudo o que possa para contribuir, dentro dos limites da salvaguarda sanitária, para o regresso de uma cidadania digna e de uma economia pulsante", começou por escrever.
"Peço a todos os meus colegas com espectáculos marcados que, numa tentativa de minimizar contactos, ajudem o público a deixar o recinto de forma análoga, ou outra que acharem conveniente, no complexo momento em que todos se dirigem para as saídas. Obrigado a todos""Nesse sentido, enquanto músico e cidadão, tenho, na minha pequenez, ajudado no re-arranque de que o país tanto precisa continuando a fazer dos meus espectáculos, sempre lotados, experiências de transcendência e prazer. Até agora, e depois de actuar no Porto, Ovar e Gaia, perante milhares de pessoas, nenhum surto de Covid-19 daí adveio. A razão é simples: não só toda a logística está preparada para proteger os que acorrem a estes momentos de libertação, como fazemos questão de que toda a experiência seja segura até ao último instante", destacou.
Depois dos concertos drive-in, "no passado dia 8 de agosto, o Estádio Municipal de Gaia esgotou, cumprindo-se todas as normas de segurança impostas pelas DGS". Agora, o artista preparar-se para os próximos espetáculos que vão acontecer nas Noites F, em Faro, a 23 de agosto, e na Culturgest, em Lisboa, no dia 19 de setembro. Mas antes deixou "um pedido aos seus pares", referindo-se ao recente concerto que realizou.
"Na última canção pedi aos presentes que colaborassem comigo num jogo de papéis invertidos: os músicos manter-se-iam no palco a tocar enquanto, fila a fila, a começar pela última e a acabar na primeira, os presentes abandonariam o recinto até este ficar completamente vazio. Desta forma, permanecemos a tocar até ao fim gerando, também, um intenso momento poético. Perante uma plateia vazia, agradecemos então simbolicamente a todos os que haviam comparecido ao evento mas também aos técnicos, assistentes de sala, seguranças e equipas várias destacadas para o local. Foi sobretudo uma vénia às famílias das 1.750 vítimas, em Portugal até àquele momento, do malfadado Covid-19", explicou.
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