Tânia Ribas de Oliveira descobriu no dia 23 de dezembro que estava infetada com a Covid-19 e tinha por isso de passar um Natal ainda mais diferente do habitual. Agora, oito dias depois, a apresentadora encontrou vontade para escrever e contar aos seus seguidores como foram vividos estes duros últimos dias.
"A caminho do oitavo dia em casa e já me sinto com vontade de escrever. Apesar de os meus sintomas físicos terem sido ligeiros (cansaço e falta de olfacto e paladar), acho que se fala muito pouco sobre o peso emocional que a Covid-19 cria nas pessoas infectadas. É certo que o meu teste positivo chegou no dia 23 às 21h30 e o facto de a véspera de Natal estar à porta foi muitíssimo duro", começa por escrever no seu blog - 'O Nosso T2' - o rosto do programa 'A Nossa Tarde', da RTP1.
Tânia lembrou o momento em que recebeu a notícia e os medos que naquele instante tomaram conta de si: "Toca o telefone, é do laboratório: 'boa noite, as notícias não são boas'. Passei várias horas ao telefone, a avisar a RTP, os amigos e também conhecidos, porque o Natal era no dia seguinte e algumas famílias iriam juntar-se. Eu tenho contacto diário com muitas pessoas. Eu não sabia sequer se os meus filhos e marido estavam infectados (no dia seguinte percebemos que não, felizmente) e uma série de dúvidas começaram a surgir".
Às dúvidas juntou-se o medo, o medo de quem não sabe o que o futuro lhe reserva: "O que dói verdadeiramente? É o medo. Ele existe. Não sabemos como vamos acordar no dia seguinte e, no silêncio das noites infinitas, somos nós e as nossas angústias. 'Vou ter febre? Tosse? Falta de ar? Ficarei com sequelas? E se pioro de um momento para o outro?'", revela, sem medo de admitir que "os primeiros dias são muito duros".
"Chorei muito durante dois ou três dias. Muito, muito. Sem esforço. As lágrimas escorriam e eu cansada, nem as limpava. Veio o Natal e com ele outros fantasmas. Tive amigos que o passaram verdadeiramente sozinhos. Sem mais ninguém. Porque trabalho com uma grande equipa que usa máscara, mas eu não, é a minha profissão", continua.
Passada a fase da revolta, "a paz ganhou lugar" e Tânia até já consegue encontrar algo de positivo em toda esta situação: "E quando fazemos as pazes com a vida, as peças começam a encaixar-se no puzzle que nunca tínhamos vislumbrado antes: há quanto tempo eu não parava mesmo? Quão desgastante foi este ano para mim? Quanta responsabilidade tenho nos ombros? A resposta para mim foi evidente".
Por fim, a apresentadora agradece a "onda de amor" que lhe chegou e o apoio da família. "Estou quase de volta, para não mais vos largar", promete, dirigindo-se, por fim, ao marido e aos dois filhos de ambos.
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