"As primeiras férias como ministra da Saúde foram muito penosas"

Marta Temido, a mulher por trás do cargo, esteve à conversa com júlia Pinheiro.

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Catarina Carvalho Ferreira
28/06/2021 18:56 ‧ 28/06/2021 por Catarina Carvalho Ferreira

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Marta Temido

Marta Temido sonhava na infância ser "polícia ou advogada", mas a adolescência trouxe-lhe as dúvidas normais da idade e a falta de aptidão para os números ditou que eram as letras o caminho. 

Em entrevista a Júlia Pinheiro, esta segunda-feira, a atual ministra da Saúde recordou a infância e a adolescência, cheias de "muitas asneiras", e deu-nos a conhecer a mulher por trás do cargo. 

"Fiz muitas asneiras, disparates, com fartura. E não era boa aluna. Eu só estudava aquilo que gostava e aquilo que não gostava tinha muitas dificuldades em estudar", conta, recuando à adolescência e confessando dificuldades com a matemática.

Em letras encontrou o seu lugar e no curso de Direito as muitas possibilidades que descansam quem ainda não sabe bem o que quer fazer. 

O cargo de ministra da Saúde mudou a vida de Marta Temido?

Terminado o curso, foi a da administração relacionada com saúde pública a que mais a cativou e que fez parte da sua vida profissional até ao dia em que foi convidada para o cargo de ministra da Saúde. 

Este é um cargo que assume como "uma responsabilidade brutal". "Mas é uma responsabilidade que assumo com o intuito de fazer algo pelos outros, para o serviço público", garantiu. 

Marta Temido garantiu que a vida não mudou radicalmente depois de se tornar ministra da Saúde, mas assumiu que passou a ter uma exposição para a qual não estava preparada - mesmo antes da pandemia que tornou este cargo um desafio ainda maior. 

"As primeiras férias depois de estar neste lugar foram muito penosas, eu não sabia que as pessoas iam ficar a olhar para mim", lembrou, dando conta que "ficava muito desconfortável" com os olhares.

Quanto aos comentários, Marta Temido garantiu que mesmo no decorrer da pandemia "a generalidade das pessoas" foi sempre simpática consigo. 

Questionada sobre o motivo pelo qual tem agora um segurança que a acompanha para todo o lado, a ministra explicou que esta é uma medida aplicada "de acordo com aquilo que é a avaliação de risco". 

"Eu estou cá para ser autêntica"

"Nós tivemos momentos muito difíceis neste último ano. Tivemos todos, mas no Governo também tivemos momentos muito difíceis", confessou a ministra ao recordar o último ano.

"Seria importante perceber o quão difícil é fazer escolhas que afetam tão profundamente a vida dos outros, como aquelas que têm sido feitas, e para as quais não há ainda um manual de instruções", destacou, referindo-se às decisões do Governo relacionadas com a pandemia da Covid-19 e que tantas vezes a deixam sob grande stresse e pressão.

Júlia Pinheiro realçou o facto de Marta Temido ser sempre muito expressiva, dando aos outros a possibilidade de facilmente perceberem se está zangada, aborrecida ou triste com alguma coisa. Esta é uma característica que a ministra da saúde reconheceu ter ainda de trabalhar, mas que não fará questão de perder totalmente.

"Também não sei se quero [aprender a ter poker face], protege-me mais mas eu estou cá para ser autêntica", afiançou. 

Leia Também: Covid-19: "Antecipamos que a situação se vá complicar antes de melhorar"

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