Apesar dos constantes alertas dos especialistas, o consumo de bebidas açucaradas, como refrigerantes e sumos industrializados, por crianças e adolescentes aumentou, em média, 23% entre 1990 e 2018 em todo o mundo, indica um estudo divulgado no ano passado pelo BMJ. Mas a realidade destes dados é bem mais complexa.
"A pior combinação de bebidas para a saúde são as ultraprocessadas açucaradas, como refrigerantes, energéticos e sumos industrializados", considera a médica Elodia Ávila, em entrevista ao jornal Metrópoles, no âmbito da rubrica 'Claudia Meireles'. Estas bebidas são, nas palavras da especialista, um "veneno para a longevidade", pelo que, considerando os potenciais riscos, o melhor mesmo é deixá-las nas prateleiras dos supermercados.
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"O consumo [destas bebidas] está diretamente ligado a um maior risco de obesidade, resistência à insulina, doenças inflamatórias e cardiovasculares, e até mesmo declínio cognitivo", afirma, sublinhando que, "como não promovem saciedade e apresentam uma altíssima carga glicémica, desencadeiam um ciclo vicioso de picos e quedas de glicose, levando a um aumento do apetite e à inflamação crónica".
Como explica a especialista, "contribuem também para a acumulação de gordura visceral". A acumulação de gordura abdominal (ou visceral) acumula-se por cima dos órgãos internos do sistema digestivo com a função de os proteger. Contudo, quando em excesso, pode prejudicar o funcionamento de órgãos vitais, como o fígado, o estômago, o intestino ou até mesmo o coração (este na cavidade torácica), e aumentar o risco de doenças crónicas.
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