"Nunca acreditei que a fosse perder. Infelizmente não recuperou"
Tiago Aldeia esteve à conversa com Daniel Oliveira e lembrou, muito emocionado, a partida da mãe. Mas não ficou por aqui.
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Fama Tiago Aldeia
A carreira de ator foi um dos destaque da entrevista de Tiago Aldeia no ‘Alta Definição’, conversa que foi transmitida este sábado, 21 de agosto, na SIC.
O eterno Rodas, personagem que interpretou na série ‘Morangos com Açúcar’, da TVI, continua a ser reconhecido na rua por este papel que já tem 15 anos.
Mas antes da série já se tinha estreado na televisão, primeiro como figurante, aos oito anos, em ‘Primeiro Amor’, da RTP.
Como o pai sempre trabalhou em televisão, o ator António Aldeia, os estúdios nunca foram um meio desconhecido para Tiago Aldeia.
A difícil perda da mãe
Durante a conversa com Daniel Oliveira, o ator acabou por ficar em lágrimas no momento em que falou, pela primeira vez, da morte da mãe. Tinha 20 anos quando viu partir a progenitora, vítima de uma doença prolongada.
Ao longo de cinco anos, a mãe de Tiago Aldeia lutou contra um cancro da mama “com várias fases”. “Achava-se que tinha recuperado e depois não recuperou, infelizmente não recuperou”, disse.
Uma fase que aconteceu também no momento em que integrava o elenco da série ‘Morangos com Açúcar’, e tem “algum sentimento de culpa”.
“Porque podia ter estado mais [presente], mas ao mesmo tempo tinha estas duas coisas a acontecer na minha vida. A adolescência, a juventude, o facto de estar a fazer televisão… E a minha mãe doente… Obviamente não foram os cinco anos intensivamente, teve períodos em que se achava que estava tudo bem, e aí respirava-se de alívio e vivia-se com uma maior levez. Mas haviam outros momentos que era um bocadinho complicado. Nunca acreditei que a fosse perder efetivamente. Achei sempre que aquilo era uma coisa temporária, até que aconteceu”, confessou.
Sobre o dia em que a mãe lhe contou que estava doente, aos 15 anos, Tiago Aldeia recordou: “Lembro-me de ela chegar a casa, sentar-se no sofá com um exame na mão e dizer-me que tinha cancro da mama”.
“Apoiei e sempre acreditei que aquilo se fosse resolver”, frisou, muito emocionado. “Como foi tanto tempo e teve tantas fases, acaba por se ter alguma normalidade. Tu crias uma esperança que aquilo é um processo e que se vai resolver”, acrescentou, realçando que a mãe “nunca desistiu”.
“As últimas semanas que já foram complicadas, no hospital, aí tive que cair no colo dela. Disse o que consegui”, lembrou. “Sinto sempre que tenho uma estrela a acompanhar-me e, de alguma forma, seja o que for, para quem acredita ou não, é uma defesa que tu tens. E sinto efetivamente que tenho uma estrela a acompanhar-me e tenho um profundo respeito, uma profunda admiração e gratidão por tudo o que fez por mim”, desabafou ainda.
Durante a entrevista, o ator também recordou o momento em que soube da morte da mãe. “Estava no hospital, saí do quarto e a minha irmã também, e fomos ao refeitório. Estou no refeitório e tenho uma guinada, um aperto no peito. E vi pela enfermeira à minha frente que [a minha mãe tinha morrido]. Foi isto”.
“A perda é sempre um processo que tem várias fases. Primeiro revoltaste, não queres aceitar, depois, inevitavelmente, tens que aceitar. Depois cai-te mesmo a ficha, às vezes parece que foi ontem e outras parece que foi há uma vida”, acrescentou, falando do luto.
Ainda sobre a mãe, destacou: “Tinha orgulho em mim e sempre me apoiou em tudo. Se soubesse que sei hoje, teria estado mais tempo com a minha mãe. Em vez de ir jantar com os amigos [estaria com ela]. Não é que eu não estivesse com ela porque estava, evidentemente, mas a vida é assim. As pessoas não sabem o que é que vai acontecer”.
"É uma coisa muito ingrata que devia ser revista"
A instabilidade da profissão foi outro dos temas de destaque, com o artista a partilhar que é uma pessoa “poupada”. “Tenho que ser [poupado] na profissão que tenho, no país que estou. É muito complicado ser ator”, disse.
“Por acaso sou um dos sortudos que vou sempre tendo trabalho, mas um ator tem que ser como uma formiga, tanto há muita coisa ao mesmo tempo e tu não consegues ir a todo o lado, como de repente ficas seis meses ou um ano sem nada. Se não tens essa gestão vais ter problemas, já para não falar do sistema de apoio aos artistas que é absolutamente ridículo em Portugal, não existe. É um trabalho precário, os recibos verdes, hoje é e amanhã não é… Mas pagas na mesma. É uma coisa muito ingrata que devia ser revista de uma vez por todas”, salientou.
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