"Gosto disso: Quebrar com as estruturas e com aquilo que é esperado"

Carlos Coutinho Vilhena abraçou um novo desafio ao integrar a equipa do programa das tardes da Cidade FM. Estivemos à conversa com o comediante.

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© Miguel Chocobai

Rita Alves Correia
25/05/2022 09:06 ‧ 25/05/2022 por Rita Alves Correia

Fama

Carlos Coutinho Vilhena

Carlos Coutinho Vilhena juntou-se à equipa da Cidade FM e é o novo rosto do programa das tardes, 'Toque de Saída', ao lado de Artur Simões, Diogo Sena e Inês Silva.

O comediante assume agora o primeiro compromisso diário de um percurso profissional que começou com o grupo Bumerangue, em 2014, e que tem sido marcado por vários sucessos, como a série 'O Resto da Tua Vida' e 'Clube da Felicidade'. 

Considerado por muitos um talento prodigioso da sua geração, Carlos Coutinho Vilhena esteve à conversa com o Fama Ao Minuto sobre a estreia na rádio e a vontade de explorar novos 'terrenos', como o da televisão.

Em que fase profissional surgiu este convite da Cidade FM? 

Esta oportunidade surgiu numa fase importante porque costumo andar em 'tour' vários meses do ano, ou em filmagens de séries ou documentários, e o convite surge numa altura em que faço uma pausa de espetáculos ao vivo e de estar a escrever ou a filmar. 

Sentia que o público o queria ter mais próximo através de um programa diário? 

Não sentia que o público quisesse isso. Mas era uma coisa que já era falada há algum tempo e achei graça a tentar brincar a essa coisa que é fazer rádio todos os dias. O diretor da Cidade FM já me tinha desafiado no passado, mas nunca tinha surgido a oportunidade ou o momento certo, como aconteceu agora. 

Acima de tudo, tenho tido liberdade para aceitar aquilo que quero e não quero fazer.

Tem tido liberdade para gerir a sua carreira de forma autónoma, como está a ser esta nova rotina? 

Sim, acima de tudo, tenho tido liberdade para aceitar aquilo que quero e não quero fazer. Também estou numa agência nova, a Bridgetown, feliz por trabalhar com pessoas que me dão um segundo ponto de vista e também me ajudam a manter essa liberdade e a manter-me focado no meu trabalho diário. 

Que riscos e que vantagens considera que um programa diário traz à sua carreira? 

Acho que são mais vantagens do que riscos. Obviamente que falar todos os dias pode dar azo a mal entendidos e a coisas que podem ser retiradas do seu contexto inicial, mas a vantagem é ter a cabeça todos os dias a trabalhar e a produzir conteúdos de humor. É como se o cérebro fosse ao ginásio e ficasse mais apto para executar tarefas ao serviço do humor. 

O que venho acrescentar? Não sei... Acho que venho só 'experimentar'.

Todos os projetos que cria acabam por se destacar do que já foi feito na comédia. Ao integrar uma equipa e um programa já consolidados, o que vem acrescentar? 

O que venho acrescentar? Não sei... Acho que venho só 'experimentar'. Como me deram liberdade para fazer experiências, estou a tentar fugir um pouco ao conceito de rubrica diária de humor. Durante a semana estou mais focado em momentos de improviso e à quarta-feira é o dia da minha 'rubrica', que é uma coisa mais estruturada e pensada, com um guião mais fechado. Acho que venho experimentar, como faço em todos os meus outros projetos e às vezes nascem dessas experiências coisas interessantes e outras vezes... coisas menos interessantes. 

Eu gosto disso: Quebrar com as estruturas e quebrar com aquilo que à partida deveria ser feito ou esperado. 

Como foi a estreia? 

A estreia correu bem. Optei por ter um convidado que, à partida, ninguém estaria à espera. Acho que foi a primeira vez que o Avô Cantigas foi à Cidade FM e eu gosto disso, de quebrar com as estruturas e quebrar com aquilo que à partida deveria ser feito ou esperado. Ou seja, era mais fácil ter um convidado mais jovem e que tivesse uma linguagem mais próxima desta estação de rádio, mas optei por fazer esta experiência e correu bem. 

Costuma estar atento ao feedback do público? Algum comentário que se tenha destacado? 

Ainda só começámos há uma semana e é muito cedo para responder. 

Estando agora comprometido com o programa e a rubrica, vai ter tempo para preparar projetos a solo? 

Sim. Como só entro no ar entre as 17h e 18h, das 10h às 17h, tenho tempo para preparar espetáculos ao vivo ou trabalhar noutros conteúdos. Este início na rádio pode ser mais trabalhoso e exigir um bocado mais de mim em termos de carga horária, mas acredito que em breve entraremos em velocidade cruzeiro e que tudo será conciliável. 

Televisão? Se existir essa oportunidade parece-me interessante. 

Depois da rádio, ambiciona conquistar o seu espaço em televisão? 

Talvez. Se conseguir ter a mesma liberdade que tenho agora na rádio e em outras plataformas, claro que sim. Não deixa de ser uma plataforma e um espaço onde é possível criar, e se existir essa oportunidade parece-me interessante. 

Sente que está no auge da sua carreira? 

Pergunta complexa. Não, acho que não. Acho que sou novo e há muita coisa que quero explorar. Acho que estou numa boa fase, mas não diria que é o auge. Se fosse, não sei bem o que estaria a fazer daqui a 30 anos. 

Leia Também: Carlos Coutinho Vilhena junta-se à equipa da Cidade FM

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