"Dizem que o tempo cura todas as feridas, mas a dor ainda está lá, no fundo do coração", declarou o príncipe Alberto II do Mónaco, numa entrevista exclusiva à agência de notícias Efe hoje divulgada.
Grace Kelly, musa do realizador norte-americano Alfred Hitchcock, ícone de elegância e vencedora de um prémio Óscar, abandonou uma brilhante carreira em Hollywood para se casar em abril de 1956, aos 27 anos, com o príncipe Rainier III e tornar-se princesa do Mónaco.
O conto de fadas terminou abruptamente com o acidente que aconteceu numa estrada de montanha em La Turbie em 13 de setembro de 1982, quando a princesa estava acompanhada pela sua filha mais nova, Stephanie.
A princesa Grace, que era norte-americana, morreu num hospital do Mónaco, um dia depois do acidente, aos 52 anos.
Alberto II recordou uma mãe "protetora e confidente", que morreu quando o príncipe era um jovem de 24 anos.
Na entrevista à Efe, Alberto II falou sobre o legado da princesa Grace, de como era como mãe e como a sua memória faz-se presente na sua vida, da família e de todos que apreciavam a sua mãe.
"Penso que a memória [da princesa Grace] está presente, muito viva também para as minhas duas irmãs (Caroline e Stephanie) e para todos aqueles que a conheceram. A minha mãe também vive através das diferentes exposições que organizamos", declarou também o governante da família Grimaldi, que sucedeu o seu pai, Rainier III, que morreu em 06 de abril de 2005.
Segundo o príncipe, "a passagem do tempo, as atividades do dia-a-dia, a própria vida têm que continuar. Evocamos essa data [da morte da princesa Grace] com diferentes comemorações pela sua memória".
"É algo muito importante, mas ainda mais importante é o que nos deixou não apenas como herança material e comportamental para os seus filhos, mas - e espero falar também em nome das minhas irmãs - o que nos deixou do seu papel de mãe, como confidente e também como conselheira", disse Alberto III.
"[A princesa Grace] tinha o que chamamos de inteligência do coração, era algo que lhe vinha naturalmente, uma qualidade às vezes esquecida. Sabia mostrar-se aos outros e mostrar um pouco de humanismo. Foi isso que marcou as pessoas, é o que marcou todos que a conheceram", declarou o príncipe do Mónaco.
Alberto disse que a mãe "esteve sempre presente" para os filhos.
"Quando éramos crianças, [estava presente] para nos curar se arranhássemos o joelho e estava sempre disponível para nos ouvir, se tivéssemos algum problema, para nos aconselhar. Ela sempre foi muito atenta a todas as nossas fases da infância e adolescência", sublinhou.
Alberto disse que foi difícil para Grace ter abandonado a sua carreira em Hollywood, nos Estados Unidos.
"Claro que foi difícil, mas os meus pais estavam apaixonados e queriam começar uma família. Certamente se deve ter arrependido de não ter conseguido fazer alguns filmes que lhe foram propostos anos depois (de casar). Foi uma decisão difícil para a minha mãe, mas se dedicou ao seu papel no principado", declarou ainda o príncipe do Mónaco.
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