A cantora e compositora norte-americana Loretta Lynn, considerada uma mais importantes figuras da música 'country', morreu hoje, aos 90 anos, em Hurricane Mills, no Tennessee (EUA), revelou a família à agência Associated Press.
Com uma carreira com mais de 60 anos, Loretta Lynn foi "uma das mais amadas artistas da sua geração", escreveu hoje o New York Times. Lynn deixa um repertório de canções pioneiras que marcou gerações de artistas, por abordarem histórias sobre a condição das mulheres, lembra a Associated Press.
Nascida no Kentucky em 1932, Loretta Lynn aprendeu sozinha a tocar guitarra, oferecida pelo marido, com quem se casou aos 15 anos e de quem teve seis filhos. O casamento e a vida rural seriam duas das fontes de histórias para Loretta Lynn escrever canções.
"Enquanto compositora, ela criou a imagem de uma mulher provocadoramente dura, contrastando com a ideia estereotipada da maioria das cantoras 'country'. (...) Escreveu, de forma destemida, sobre sexo e amor, sobre maridos traidores, divórcio, contraceptivos", descreveu a AP, lembrando que as rádios norte-americanas chegaram a recusar-se a passar as músicas dela.
Depois de ter formado a sua própria banda - Loretta and the Trailblazers -, Loretta Lynn gravou a primeira música em 1960, intitulada 'I'm a Honky Tonk Girl'.
Entre os seus maiores êxitos estão 'Coal Miner's Daughter' - o pai de Loretta Lynn foi mineiro -, 'You Ain't Woman Enough', 'The Pill', 'Don't Come Home a Drinkin (With Lovin on Your Mind)' e 'Rated X'.
"Eu não escrevia para os homens. Eu escrevia para as mulheres, e depois os homens também gostavam", afirmou a artista numa entrevista à AP em 2016.
Nos anos 1970, Loretta Lynn também trabalhou com o cantor Conway Twitty, com quem protagonizou um dos mais populares duos daquele género musical.
Em 1969 lançou uma autobiografia, "Coal Miner's Daughter" e em 1980 estreou-se um filme, com o mesmo título, realizado por Michael Apted, sobre a vida dela, protagonizado por Sissy Spacek e Tommy Lee Jones.
Da discografia mais recente da artista, que nunca deixou de compor ao longo da carreira, destaque para 'Van Lear Rose' (2004) - o 42.º álbum, produzido pelo músico Jack White, admirador confesso do trabalho dela.
Já depois de ter tido vários problemas de saúde, que a obrigaram a cancelar uma digressão, Loretta Lynn ainda editou em 2018 o álbum 'Wouldn't It Be Great', produzido pela filha, Patsy Lynn Russell, e por John Carter Cash.
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