Manuela Moura Guedes decidiu fazer um esclarecimento público e responder às críticas de que foi alvo por parte de Luísa Sobral, depois de ter elogiado uma paródia feita por Joana Marques à intervenção de Cristina Ferreira na Web Summit.
"Luísa, não a conheço e confesso que tive de verificar se era a irmã de Salvador Sobral. Não leve a mal mas, atualmente, é muito raro 'frequentar' redes sociais. Ao abrir o Google, vi que alguém tinha feito eco da sua missiva que me era dirigida.
Fiquei admirada por ter escolhido o Instagram para me dizer, a mim, o que pensava sobre um desabafo meu. Podia ter mandado uma mensagem... é o que eu faço quando tenho algo a dizer a alguém, em particular", começa por dizer a jornalista.
"Ao expressar a minha opinião, faço-o abertamente para toda a gente que a queira ler ou ouvir, sem me escudar em recados. É claro que nem todos entendem a liberdade de expressão, a necessidade de sentido crítico ou de posicionamento face a acontecimentos mais ou menos relevantes da vida do país. Foi devido a tudo isso que me afastei bastante destes locais de diálogo com interlocutores que podem interpretar de todas as maneiras o que escrevemos. É muito cansativo e, na maior parte das vezes, infrutífero", reflete.
"No entanto, talvez porque é irresistível, lá digo uma coisa uma outra, sabendo de antemão que haverá sempre quem veja intenções tenebrosas por detrás do que escrevo. Sabe? São muitos anos a estar exposta a críticas (do mais variado e impensável) e a saber distinguir o que vale e o que não vale a pena reter, embora, muitas vezes seja até salutar e, mesmo divertido, ver o que se diz - ajuda a compreender as pessoas e o país.
Prezo muito a inteligência e o sentido de humor, essenciais para se avaliar seja o que for, principalmente situações ridículas com que nos deparamos diariamente, envolvendo-nos ou não. É muito importante e saudável que uma sociedade esteja apta a conviver com a crítica e não a confunda com mais nada, sem isso não há liberdade nem democracia", continua.
"A tendência atual para encaixar tudo, gratuitamente e sem critérios sérios, em categorias como o bullying, o racismo ou a descriminação é muito perigosa porque tem como objetivo anular a liberdade de expressão, impondo-nos padrões de comportamento. E que venha a primeira pessoa a acusar-me de qualquer um destes comportamentos!
Não resisto, volto a frisar, a dizer o que penso quando há situações injustas, de má gestão pública ou ridículas, das que envergonham enquanto seres pensantes e enquanto mulheres. Não é passando em claro que se defende a igualdade de género, é precisamente, chamando a atenção para comportamentos criticáveis que mostramos que o particular não deve ser confundido com o todo", completa.
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