Foi na passada sexta-feira, dia 5 de janeiro, que Joana Alvarenga publicou um longo texto no Instagram onde partilhava o seu testemunho. Avó caiu e viveu depois dias difíceis no hospital.
Dirigindo-se ao Dirigido ao ULSGE - ULS Gaia e Espinho e ao Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, escreveu: "Que a saúde do país está numa situação caótica? Todos sabemos, mas nunca pensei que passaria uma situação como esta".
"A minha avó tem 90 anos; A minha avó caiu e partiu o fémur; A minha avó precisa de uma prótese; A minha avó está com os bracinhos presos a uma cama; A minha avó grita pela família cada segundo que não nos deixam estar com ela. A minha avó é demente e está a ter imensas alucinações por não estar no ambiente que ela conhece; A minha avó caiu dia 1 e desde então não saiu das urgências, não a operam, não está sequer numa enfermaria. Está simplesmente lá deitada à espera", relatou.
"Com 90 anos, a minha avó já está há cinco dias nas urgências do hospital com uma perna partida porque dizem que não há vagas para ter uma cama; Pior, a médica disse que podia ter que esperar três semanas para ser operada; Por favor, em que país de terceiro mundo estou a viver para deixarem uma idosa de 90 anos, com demência, com a perna partida, cheia de dores durante três semanas; Se por um lado há enfermeiros e auxiliares super atenciosos e simpáticos que nos deixam estar com ela, conseguindo acalmá-la, existem outros que nem nos deixam aproximar, mesmo estando ela aos gritos a chamar pela família e a pedir ajuda, e nós a ouvi-la no corredor sem poder ajudar ajudar", continuou.
"O sentimento de impotência é enorme. Não queria voltar a escrever outro texto por não terem chegado a tempo de ajudar a minha avó. Por favor, partilhem o máximo que conseguirem a ver se alguém consegue ajudar a diminuir o sofrimento da minha avó", apelou na altura.
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Esta segunda-feira, dia 8 de janeiro, Joana Alvarenga esteve à conversa com Manuel Luís Goucha no programa da tarde da TVI e relatou os episódio difíceis que viveu, contando que a avó caiu em casa a sair da casa de banho.
A atriz explicou que a familiar "tem alguns problemas cardíacos e tem demência, não grave (tomando a medicação está 80% de lucidez)". "Caiu e imediatamente começou a queixar-se da perna. [...] Eu fui com a avó para o Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho. Quando chegamos ao hospital, não estava muita gente na parte de ortopedia, fizeram raio X, disseram que não tinha nada partido, e tinha, tem a cabeça do fémur partida", recordou.
"Achavam que era um ligamento, mas como a partir da meia noite não existe ecografias, só existem às 8h da manhã, nós teríamos que estar lá a noite toda para fazer uma ecografia. [...] Disse que não fazia qualquer sentido e voltei a casa para ela dormir um bocadinho, mas ela cheia de dores, não deram nada para as dores", explicou.
Na manhã seguinte voltaram ao hospital e a avó de Joana Alvarenga esteve o "dia todo, até às 19h, numa cadeira de rodas". Fez vários exames e quando chegou o diagnóstico, disseram à atriz que tinha de tomar uma decisão: "Ou era operada, com os seus devidos riscos, ou não operava e ficava sem andar com imensas dores".
Em lágrimas, Joana Alvarenga não sabia o que fazer e procurou a ajuda da irmã. Depois chegaram à conclusão que a avó "tinha de ser operada e que não havia outra solução".
Mas a história não ficou por aqui. A avó ficou depois "cinco dias nas urgências numa marquesa" e "esteve um dia inteiro sem comer, sem tomar a medicação".
A familiar da atriz teve "surtos" e foi no quinto dia, depois de um episódio difícil em que a irmã de Joana saiu do hospital a chorar que publicou o referido texto no Instagram. "Isto não foi só pela minha avó, foi por todas as avós e avôs deste país que não conseguem ser ouvidos", destacou em conversa com Goucha.
Após a publicação, diz, "as coisas começaram a mudar". Além de ter conseguido logo ter um quarto no hospital, no dia seguinte a avó da artista foi operada. No entanto, a cirurgia decorreu sem a família ser avisada.
Mas no final "correu muito bem". "Acabou a operação, ela voltou bem disposta, já tinha passado o surto [de demência], estava tranquila", disse, acrescentando que no domingo esteve novamente com a avó e que a mesma estava "super animada, bem disposta e cheia de força".
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