Protagonizada por Ewan McGregor, 'A Gentleman in Moscow' trata-se de uma adaptação do best-seller internacional de Amor Towles e acompanha o conde Alexander Rostov, interpretado pelo ator vencedor de um Emmy. O projeto conta com vários nomes no elenco, incluindo a portuguesa Inês Pires Tavares, que conversou com o Fama ao Minuto.
A sinopse disponibilizada pela SkyShowtime conta-nos: "No rescaldo da Revolução Russa, o Conde Alexander Rostov percebe que o seu passado dourado o coloca no lado errado da história. Livrando-se da execução imediata, é condenado por um tribunal soviético a ficar num quarto, no sótão do luxuoso Hotel Metropol, com a ameaça de ser executado se alguma vez sair de lá.
À medida que os anos passam, e algumas das décadas mais tumultuosas da história russa se desenrolam do lado de fora das portas do hotel, a clausura de Rostov leva-o a explorar e aprofundar as suas próprias emoções. Enquanto constrói uma nova vida dentro das paredes do hotel, descobre o verdadeiro valor da amizade, da família e do amor".
A série tem oito episódios, estando já disponíveis os primeiros três e os restantes vão agora ser lançados um por semana.
Inês Pires Tavares dá vida a Mila Federova, uma jovem atriz que conquista a Rússia, e aparece no quinto episódio. Apesar de ter sido uma experiência fugaz, não deixou de marcar a atriz portuguesa que se mostra muito grata pela oportunidade, desejando dar mais passos lá fora.
De recordar ainda que a atriz integra o elenco da novela 'Senhora do Mar', da SIC. Também fez parte de 'Sangue Oculto', 'Amor Amor' ou 'Amar Demais' (esta última da TVI).
Como surgiu este papel em 'A Gentleman in Moscow' e o que nos pode dizer sobre a participação na série?
Este projeto surgiu porque participei no 'Passaporte' - uma iniciativa de Patrícia Vasconcelos em que atores selecionados têm a oportunidade de conhecer e apresentar o seu trabalho a inúmeros diretores de casting. Fui selecionada há dois anos e acho que por causa disso tive contacto com a minha agente internacional, e foi um bocadinho por aí. Começámos a trabalhar na minha carreira internacional e começaram a surgir várias 'self-tapes'. E há um dia em que ela me diz que fiquei com este papel. Já tinha feito a 'self-tape' há meses, portanto, já quase que nem estava a contar. Foi uma prenda que me chegou às mãos, foi muito bom.
Qual é o seu papel na série?
O meu papel é a Mila Federova, que é uma jovem atriz. Aquilo é uma série de época, passa-se na Rússia, e há uma personagem - que é uma das protagonistas - que é a grande atriz naquele momento da Rússia. Aquilo passa por várias décadas e a minha personagem vem um pouco mais tarde, e há ali uma certa tensão porque, de repente, são duas atrizes, a Mila é a atriz mais nova e a nova favorita da Rússia e dos realizadores. Portanto, há ali uma pequena cena em que se mostra essa tensão e dualidade entre elas.
© SkyShowtime
Teve a oportunidade de se cruzar com todos os atores, inclusive com o Ewan McGregor?
Cruzei-me com ele. Estava na mesma cena do que ele, mas não contracenámos. Mas estavam lá grande parte dos atores. Portanto, sim, tive a oportunidade de me cruzar com alguns deles.
Acho que foi uma experiência ótima não só por ser o projeto que é, mas também por este lado de, de repente, chegar lá e sentir essa diferença. É tudo muito grande
Este trabalho durou mais ou menos quanto tempo?
Foi muito rápido! Soube que tinha ficado com o papel em março/abril e foi tudo de um dia para o outro. No dia a seguir estava a voar para Manchester para começar a fazer as provas do guarda-roupa e de makeup. Depois fui para lá uma semana para filmar e foram dois dias de rodagem. Foi uma experiência intensa e bastante rápida.
O que aprendeu e absorveu deste projeto - apesar de ter sido tão fugaz?
O que me marcou mais foi, sem dúvida, a diferença. É outra realidade, outra indústria, outra forma de trabalhar. É tudo muito rápido, muito eficaz. Depois em termos práticos de rodagem, no meu caso foi em estúdio, de repente entro e tenho um cenário lindíssimo, gigante, uma equipa de centenas de pessoas, tudo super organizado...
Acho que foi uma experiência ótima não só por ser o projeto que é - foi um projeto muito importante para mim e para a minha carreira -, mas também por este lado de, de repente, chegar lá e sentir essa diferença. É tudo muito grande, foi o que senti. Tudo muito bem organizado, não tens sequer que pensar no que é que vai correr mal porque à partida já sabes que estás em boas mãos.
Portugal será sempre a minha casa, não tenho dúvida nenhuma disso, mas tenho uma grande ambição de ter a minha carreira internacional
E cruzou-se com outros nomes, atores de outros países... Como foi para si essa experiência?
Foi muito boa! Não tive grande tempo para o convívio porque estive lá muito pouco tempo, mas estivemos em algumas pausas e falámos muito, também, nesta questão da diferença, de como funciona o mercado do cinema e da televisão... Foi muito engraçado falar com eles sobre isso e perceber a diferença. Há também outro ator português lá e eu não fazia a mínima ideia... As pausas serviram para isso também, para nos conhecermos melhor, perceber quais as principais diferenças entre as rodagens em Portugal e, neste caso, no Reino Unido.
No fundo já era um objetivo chegar ao mercado internacional, não foi uma coisa que aconteceu por acaso?
Sim! Já tenho esta vontade há muito tempo e continuo a ter. Acho que Portugal será sempre a minha casa, não tenho dúvida nenhuma disso, mas tenho uma grande ambição de ter a minha carreira internacional.
Sente que este papel pode abrir portas para outro papel 'maior' lá fora?
Não sei, espero que sim. Acho que já é bom ter tido esta oportunidade, ter conhecido pessoas diferentes e uma forma de trabalhar diferente também. Sou muito grata por isso e, claro, acho que uma série desta dimensão e para uma plataforma de streaming bastante grande tem sempre essa mais-valia de que o trabalho vai chegar mais longe. Estou na expectativa de que possa trazer coisas boas, mas nunca sabemos.
Não é uma prioridade, agora, a música. Também me está a saber bem assentar e estabelecer um percurso enquanto atriz
No pouco tempo que teve para conversar com outros atores, houve alguma curiosidade por ser uma atriz tão jovem portuguesa a estar ali ou foi tudo muito natural?
Estranhamente, foi tudo muito natural em todos os aspetos. Estava à espera de chegar lá e ficar muito nervosa, mas curiosamente [não aconteceu]. A Sarah - que realizou as cenas que gravei - foi super acessível, toda a gente foi super acessível. Acho que não houve grande surpresa da parte deles - também cada vez mais temos atores europeus a chegarem a este tipo de projetos. Não senti nada que tivessem ficado surpreendidos por uma atriz portuguesa estar naquele projeto. Foi tudo bastante natural, até para mim que de repente acabava o dia e era super normal. Consegui estar focada, não 'panicar' em altura alguma... Foi muito bom, toda a gente me recebeu super bem e não houve motivo para ficar nervosa.
Além da carreira de atriz, se calhar até mais cedo, sentiu o 'bichinho' da música. Agora está mais focada na representação e deixou a música de lado ou ela continua muito presente na sua vida?
A música estará sempre presente na minha vida, isso é certo. Nunca me foquei na música profissionalmente, até agora. É uma vontade que tenho, mas para já serve-me mais como refúgio e o meu espacinho para me divertir e para criar as minhas coisas. Não é uma prioridade, agora, a música. Também me está a saber bem assentar e estabelecer um percurso enquanto atriz. Tenho tido muita sorte, tenho tido muito trabalho e isso é ótimo.
Quando tenho uma altura em que não estou a trabalhar tanto, aí sim, vou à música e trabalho mais nas minhas canções, e junto-me a amigos. Mas, para já, não é uma coisa que tenha urgência em lançar, é uma coisa minha. Quem sabe um dia me dê na cabeça e arrisco.
Agora voltou para Portugal e vai ficar por cá?
Sim, para já vou ficar por cá. Estou a gravar uma novela, portanto, vamos ver. Vou com a maré.
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