Este tem sido um ano de recomeços para Ana Arrebentinha. A mãe da conhecida comediante morreu no dia 16 de janeiro, na sequência de uma doença rara. À conversa com Júlia Pinheiro, a humorista notou que a dor da perda da mãe e de ter ficado órfã - uma vez que o pai partiu há 10 anos - ainda está muito presente e que esta tem sido "uma prova de fogo" e um "deserto".
"Isto é uma solidão, não é desgosto de amor, porque isso passa. É o maior vazio que existe na vida", realça, sublinhando que "todos os dias são uma aprendizagem".
"Tenho um grave problema: não consigo estar na casa dos meus pais. Consigo estar, mas não dormir, porque emocionalmente ainda é muito complicado", revela.
"A casa está muito vazia e ainda tem o cheiro dos meus pais. É complicado encarar esta realidade, não estou a negá-la, mas às vezes dá-me um bocadinho de revolta. Tínhamos uma família tão estruturada, tão feliz, com tudo a correr bem e de repente ficamos sozinhos, sem um pai e uma mãe", diz ainda.
Por fim faz uma desabafo: "É muito complicado porque a minha profissão é fazer rir os outros, quando por dentro acabava os espetáculos a chorar no hotel. Assim que entro na minha casa do Alentejo e fecho a porta choro muito. Onde me sinto mais confortada é no quarto da minha mãe, na cama sentada, que era onde nós tínhamos conversas. Ainda é uma dor muito grande".
Leia Também: "Muito difícil escrever ainda o que sinto, tenho uma mistura de emoções"