O cineasta espanhol Pedro Almodóvar considerou hoje, a atriz Marisa Paredes uma artista "superdotada" que tem agora "um caráter eterno", referindo-se a uma das suas musas, que morreu esta terça-feira, 17 de dezembro.
"Tudo o que ela fazia, fazia maravilhosamente porque era uma atriz superdotada que agora ganha um caráter eterno", disse Pedro Almodóvar a jornalistas, em Paris.
O realizador afirmou que a morte de Marisa Paredes hoje, aos 78 anos, foi inesperada e que ainda na segunda-feira recebeu uma mensagem da atriz, que considerou "parte integral" da sua vida.
Almodóvar afirmou que Marisa Paredes está presente em toda a sua filmografia e protagonizou algumas das sequências de que mais gosta dos seus próprios filmes.
"Todas as personagens que interpretou se transformaram em ícones com o tempo", acrescentou o realizador, que disse ter sido fácil dirigir a atriz, que "captava rapidamente" aquilo que Almodóvar pretendia "e elevava-o".
Almodóvar destacou que Marisa Paredes foi "uma ativista muito intensa", uma "mulher de esquerda" que "no último ano estava cheia de vitalidade" e "participou em todos os atos sociais para que foi solicitada, que eram muitos, relacionados com os problemas que vive a sociedade espanhola e mundial".
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, considerou hoje Marisa Pardes "uma das atrizes mais importantes" da história de Espanha.
"A sua presença no cinema e no teatro e o seu compromisso com a democracia serão um exemplo para as gerações posteriores", escreveu Sánchez na rede social X.
O ministro da Cultura de Espanha, Ernest Urtasun, elogiou o trabalho e a forma de viver de Marisa Paredes, considerando que será lembrada "pelo talento, pela voz, pela elegância ética e pelo compromisso de quem encarnou o que há de mais elevado na cultura espanhola".
As homenagens a Marisa Paredes, por parte do mundo da política ou das artes, sucedem-se hoje em Espanha, mas também fora do país.
O Festival de Cannes, em França, homenageou a atriz com uma mensagem na rede social X acompanhada por um vídeo com sequências do filme "Saltos Altos", de 1991.
"Eterna Marisa Paredes. Por este sublime, inesquecível momento de cinema e por todos os outros. Pela emoção, obrigado", lê-se na mensagem que acompanha o vídeo publicado na página do Festival de Cannes.
Marisa Paredes morreu aos 78 anos, anunciou hoje a Academia Espanhola de Cinema.
Nascida em Madrid em 1946, Marisa Paredes presidiu à Academia Espanhola de Cinema entre 2000 e 2003 e obteve sucesso internacional graças às suas participações em seis filmes de Pedro Almodóvar, entre outros.
"O cinema espanhol perde uma das suas atrizes mais emblemáticas, Marisa Paredes, que deixa para trás uma longa carreira durante a qual o público pôde vê-la mais de 75 vezes no grande ecrã", escreveu a Academia Espanhola de Cinema na rede social X.
Marisa Paredes começou a carreira de atriz com 14 anos e ganhou visibilidade após a primeira colaboração, em 1983, com Almodóvar, no filme 'Na Escuridão'.
Trabalharam juntos ainda em 'Saltos Altos', 'Tudo Sobre a Minha Mãe', 'A Flor do Meu Segredo', 'Fala com Ela' e 'A Pele Onde eu Vivo'.
Marisa Paredes também apareceu em produções internacionais como 'A vida é bela', do italiano Roberto Benigni, ou 'As costas do diabo', do mexicano Guilherme del Toro.
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