Não queremos que nada de mal aconteça aos nossos filhos. Mas se os devemos deixar cair, arranhar-se e sujar-se para aprender a andar e a ganhar independência, tal ideia deve ser mantida em todo o seu desenvolvimento.
Ao ajudar, defender e apoiar as crianças em demasiado, estamos a limitar a sua capacidade de lidar com as próprias emoções, uma realidade que afeta a atual população infantil.
Embora se saiba que a intenção dos pais é a melhor, um estudo feito a uma amostra de 6000 pais permitiu concluir que o resultado são crianças com pouca liberdade, que se reflete em dependência, incapacidade em gerir as suas emoções e retração em situações a que são expostos e os obriga a estar sozinhos como as idas à escola ou uma simples ida à casa da vizinha ou ao super mercado que fica a 500 metros de casa.
Nicole Perry, co-autora do referido estudo, aponta estes casos como os de ‘pais helicópteros’ que explica ser “aqueles que não conseguem parar de ‘sobrevoar’ os seus filhos, acabando por criar uma geração incapaz de manter o seu emprego e própria vida. Pensam que estão a ajudar mas, na realidade, estão a impossibilitar que tenham êxito.” Segundo o mesmo estudo, também a performance escolar acaba por ser afetada-
Ao sobre-proteger os filhos, os adultos impedem que os jovens ou crianças aprendam a lidar com a derrota, algo inevitável na vida adulta, seja no mercado de trabalho ou vida social, que carece de momentos em que seja obrigado a lidar com as consequências dos seus atos e problemas.
Para perceber até que ponto o adulto está a ajudar os próprios filhos ou a abusar e a limitá-lo da sua independência e crescimento, importa ter em conta os aspetos culturais de cada situação, estando em comum o objetivo de ajudar as crianças a converter-se em adultos que saibam resolver os seus problemas enquanto evoluem.
Por fim, os investigadores ressalvam que os pais não se devem sentir culpados pela proteção que dão aos filhos, importa apenas ter em conta que, se os querem ajudar, devem garantir um meio termo entre apoio e liberdade.