Uma fratura é uma interrupção do tecido ósseo, normalmente causada por uma lesão traumática, explica Maria Eugenia Simões, do Instituto Português de Reumatologia. Se, por um lado, uma ‘interrupção do tecido ósseo’ pode parecer algo grave, o facto de uma fratura osteoporótica ser normalmente considerada uma lesão de baixo impacto, que equivale ao impacto da queda em posição de pé, leva a que se menospreze o problema.
Contudo, tais fraturas podem levar ao condicionamento de atividades de forma autónoma ou dor e não são poucos os casos em que isto acontece. A nível global, uma em cada três mulheres e um em cada cinco homens, com idade superior a 50 anos, sofrem pelo menos uma fratura por fragilidade óssea. Em Portugal, o problema afeta já entre 700 mil e 800 mil indivíduos, principalmente mulheres.
A cura existe, e passa primeiramente pela imobilização, no caso dos ossos longos. Já no âmbito de fraturas em ossos mais pequenos, como o fémur, é necessária correção cirúrgica, o que muitas vezes deixa uma percentagem elevada de incapacidade que pode levar mesmo à morbilidade, sendo que este cenário acontece em 20% dos casos, explica a especialista.
A par de quem segue um estilo de vida sedentário e uma má alimentação, os casos aumentam particularmente entre mulheres na pós-menopausa, altura em que perdem estrogénio e tendem a aumentar peso.
Para evitar os piores casos, Maria Eugénia Simões alerta que os cuidados pós fraturas “devem acompanhar-nos durante toda a vida”. A alimentação tem, mais do que nunca, de ser o mais cuidada e diversificada possível, onde não podem faltar lacticínios, produtos hortícolas verdes, peixes gordos, citrinos e fruta no geral, frutos secos, ovos, tudo isto, a par de uma vida ativa e onde não há espaço para maus hábitos como o tabaco, álcool e cafeína em excesso que garantam uns ossos mais fortes.
Tais hábitos são fáceis de se adotar, principalmente se se tiver em conta que têm em vista não só a saúde óssea mas muitos outros aspetos de saúde melhorada, sendo por isso conselhos bastante generalizados. O que importa referir mais afincadamente, no Dia Mundial da Osteoporose de que hoje se fala, é pois a divulgação cada vez maior acerca desta doença e do impacto que a mesma pode vir a ter na vida de quem a sofre.