Uma equipa de cientistas norte-americanos descobriu que o Lanosterol, um esteroide sintetizado pelo organismo, ou seja, que é produzido naturalmente, é capaz de derreter cataratas e impedir o seu desenvolvimento quando administrado regularmente pelos pacientes por meio de um colírio desenvolvido.
O estudo foi publicado pela revista Nature, e divulgado pelo Jornal Ciência, e se aprovado para uso humano o colírio poderá, em breve, colocar no mercado um tratamento não-invasivo para indivíduos que sofram da condição.
A catarata trata-se de uma opacificação do cristalino – lente natural localizada no globo ocular – responsável pela focalização da visão. Ocorre geralmente em pessoas com mais 40 anos de idade e desenvolve-se quando há uma acumulação de proteínas na região, ou, em outros casos, hereditariamente.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a catarata é responsável pode cerca de 47,8% dos casos de cegueira no mundo e atualmente só pode ser tratada através de cirurgia.
Inicialmente, os cientistas tomaram conhecimento das poderes do Lanosterol ao examinarem duas crianças chinesas que sofriam de uma forma hereditária de catarata.
Após alguns exames, ficou claro que estas compartilhavam uma mutação que bloqueava a produção de Lanosterol pelo organismo, de acordo com relatos publicados pela publicação Science Alert. Os pais, no entanto, não possuíam a mutação e não desenvolveram a condição. Sendo assim, a partir dessa observação, os investigadores concluíram que o esteroide poderia desempenhar um papel significativo na formação da catarata.
Após uma série de experiências realizadas em lentes humanas doadas para estudos, coelhos vivos e cães, os resultados mostraram repetidamente que o produto foi capaz de reduzir significativamente o tamanho da catarata.
Embora ainda não esteja totalmente claro para os cientistas como o esteroide atua, acreditam que possa impedir a acumulação das proteínas.